Título: Grupo Estação terá patrocínio da marca Vivo em salas de cinema
Autor: Vilella, Janaina
Fonte: Valor Econômico, 12/09/2006, Empresas, p. B4

Depois de investir R$ 10 milhões na construção do Vivo-Rio, sala de shows no Museu de Arte Moderna (MAM), a ser inaugurada em novembro, a Vivo, operadora de telefonia móvel, resolveu ingressar pela primeira vez no mercado cinematográfico. A empresa patrocina a construção de cinco salas de cinema do Grupo Estação, no Shopping da Gávea, Zona Sul do Rio.

O projeto está orçado em R$ 6 milhões, sendo que até 50% deste valor serão desembolsados pela Vivo. A previsão é de que as salas entrem em funcionamento ainda neste ano. O Complexo Estação Vivo/Gávea, com capacidade para 590 lugares, contará com um café Ateliê Culinário e lojas para a venda de livros, CDs e DVDs. A Vivo assinou um contrato de seis anos com o Grupo Estação, dos sócios Adriana Rattes e Marcelo Mendes, para a utilização de sua logomarca no local. Concorrentes como a Claro também enxergam neste mercado um filão para novos investimentos e não descartam patrocínios neste segmento. Oi e TIM não se pronunciaram sobre tema.

A inauguração das cinco salas de exibição do Shopping da Gávea, e de outras cinco, em Botafogo, também na Zona Sul do Rio, integram a primeira etapa do projeto de expansão e renovação do circuito Estação. O Complexo Estação Mandela, em Botafogo, será construído em uma área comercial que está sendo criada com a implantação de um prédio residencial, na Rua Nelson Mandela, transversal à Rua Voluntários da Pátria, ao lado das atuais salas do Estação Botafogo.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia 46,3% do investimento desta primeira fase, de R$ 9,9 milhões. O projeto total do grupo, no entanto, prevê aportes de R$ 40 milhões, em cinco anos, para a abertura de 40 salas de cinema.

O BNDES lançou a linha para a construção, ampliação e reforma das salas de cinema, em 2004. A operação com o Estação foi aprovada no mês passado, a uma taxa de juros de TJLP mais 1,8%. O prazo de pagamento será de 54 meses, com carência de 12 meses.

O desafio da segunda etapa da expansão, que prevê o desembarque do grupo em São Paulo, conta Adriana Rattes, uma das sócias do Estação, será a busca de um novo investidor. Além de um sócio financeiro ou estratégico, o grupo não descarta usar recursos disponíveis para o setor como dos Funcines (Fundos Municipais de Cinema). "Consideramos praticamente encerrada a etapa de consolidação do Estação, no Rio. São Paulo, certamente, é o nosso próximo objetivo. Mas a batalha agora é conseguir recursos para viabilizar esta nova segunda etapa", diz Adriana.

Além de apostar na abertura de novas unidades, o grupo também investiu R$ 1,5 milhão, em recursos próprios, na reforma do Estação Botafogo e do Estação Ipanema e do Espaço Unibanco e do Odeon BR. "Estamos com um projeto de renovação total do circuito. Já mudamos o nosso logotipo, estamos abrindo novas lojas e reformando as mais antigas", explica.

Criado em 1985, o Grupo Estação originou-se de uma instituição sem fins lucrativos que teve sua primeira sala de exibição, Estação Botafogo, instalada no fundo de uma galeria. Atualmente, o grupo lança cerca de 120 filmes por ano e possui mais de 13 unidades, no Rio de Janeiro. Em 2005, o público total registrado no circuito Estação foi de 1,5 milhão de pessoas. A expectativa do grupo, com a inauguração das novas salas é praticamente duplicar o número de pessoas.