Título: Acordo UE-América Central elimina imposto sobre veículos em dez anos
Autor: Moreira, Assis
Fonte: Valor Econômico, 19/05/2010, Brasil, p. A2

de Madri

Em dez anos, a indústria automobilística da União Europeia (UE) poderá exportar veículos para a América Central sem pagamento de tarifa. A medida faz parte do acordo de livre comércio acertado entre as duas regiões, ontem em Madri. Essa negociação colocará mais pressão para o Mercosul aumentar significativamente as concessões, se quiser um acordo com os europeus, mesmo se não é possível comparar as economias do bloco do Cone Sul e da América Central (Nicaragua, Costa Rica, Panamá, Honduras, El Salvador e Guatemala). A indústria europeia diz que suas demandas evoluíram a partir dos recentes acordos estabelecidos Coreia do Sul, Peru, Colômbia, e agora com a América Central, que preveem liberalização total para produtos industriais e um prazo "razoável" para os carros produzidos na Europa. Recentemente, o Mercosul te melhorou de 18 anos para 15 anos o prazo para abrir seu mercado automotivo para a Europa. Mas o ministro brasileiro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge, admitiu ao Valor que a discussão em torno de um prazo de dez anos já começou. Depois de ter embolsado vantagens enormes na área industrial, na qual vai competir com os Estados Unidos e a China, a União Europeia teve que reduzir suas demandas em outras áreas. Conseguiu apenas uma cota de 1.900 toneladas anuais para exportar leite em pó sem tarifa, quando exigia 4.500 toneladas. Para queijo, a cota é de 3 mil toneladas. Por sua vez, Bruxelas aceitou liberar cota de apenas 10 mil toneladas de carne bovina para a América Central, que queria vender 150 mil toneladas para a Europa sem tarifa. O valor da cota para os produtores da regiao é estimado em 42 milhoes pelo preço de mercado. A UE baixará a tarifa para a entrada de sua "banana dólar", de 176 para 75 por tonelada ao longo de dez anos, resultando em economia de 50 milhões Significa que os produtores brasileiros, que também querem exportar para a Europa, vão enfrentar concorrência ainda mais dura, enquanto não houver acordo birregional. A América Central obteve cota de exportação de 20 mil toneladas de arroz, que crescerá 5% ao ano. O valor da cota é estimado em 8 milhoes. Esse produto tambem é do interesse do Mercosul.