Título: 657 mil vagas no 1° trimestre
Autor: Nobre, Letícia
Fonte: Correio Braziliense, 16/04/2010, Economia, p. 15

País registrou recorde de postos em empresas entre janeiro e março. Ministro acredita que, com tanto emprego, Dilma será eleita

O país registrou recorde de de empregos no primeiro trimestre de 2010. Foram criados 657.259 postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Apenas em março, as contratações superaram as demissões em em 266.415 vagas, crescimento de 0,8% em relação ao estoque de fevereiro.

Durante a divulgação dos resultados, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, fez questão de associar o recorde ao desempenho do governo Lula, o que tenderá a favorecer a candidata petista à Presidência da República, Dilma Roussef. Com resultados tão positivos, ele projetou para abril um saldo ainda mais expressivo. ¿Vamos ter o melhor mês da história ao criar mais de 340 mil empregos em abril¿, profetizou. Para justificar, disse que se tratava de uma avaliação pessoal feita a partir de observações do comportamento da economia em setores como a agricultura, a indústria e o comércio.

De fato, a recuperação da indústria de transformação pesou na criação de trabalho pelo terceiro mês consecutivo. Em março, houve um acréscimo de 72.440 vagas, com destaque para os subsetores têxtil (11.485 postos), metalúrgico (10.111) e calçadista (9.254). ¿A indústria está voltando aos patamares de crescimento pré-crise e impulsionando toda a cadeia produtiva¿, disse Lupi. O setor de serviços foi responsável pelo maior saldo no último mês (106.395) e a construção civil se manteve aquecida, assegurando 38.629 postos.

Perigo

O professor Carlos Alberto Ramos, do Departamento de Economia da Universidade de Brasília, alertou para o perigo das ¿boas notícias¿. ¿Parece muito bom saber que os setores econômicos estão retomando o crescimento anterior à crise. Mas um sinal de alerta se acende quando chega perto dos 6%, como está acontecendo¿. Ramos explicou que em setores como a construção civil começam a faltar profissionais, o que provoca aumento dos salários e pode impactar em inflação.

Os salários dos admitidos entre janeiro e março tiveram um reajuste médio além da inflação (medida pelo INPC) de 4,37% em relação ao primeiro trimestre de 2009. Os trabalhadores que passaram a fazer parte do mercado de trabalho receberam em março R$ 816,70 em vez dos R$ 782,53 contabilizados no mesmo mês de 2009.

Lupi comparou os dados do primeiro trimestre de 2010 com o mesmo período de 2003, início do governo Lula. ¿Os trabalhadores tiveram aumento real de 28,53%, em média¿, afirmou. E alfinetou a oposição: ¿Quando a oposição descobrir que o salário é o motivo da aceitação de 80% do governo Lula vai concluir que já perdeu a eleição¿.

Incra fará concurso

O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) recebe, até 6 de maio, as inscrições para as 550 vagas oferecidas em concurso público. São oportunidades de níveis médio e superior em todos os estados e no Distrito Federal, a maioria delas para a região da Amazônia Legal.

Há cargos de analista administrativo (150 vagas), analista em reforma e desenvolvimento agrário (250), perito federal agrário (80) e técnico em reforma e desenvolvimento agrário (70). A última função exige nível médio e as demais têm como requisito graduação em áreas como contabilidade, análise de sistemas, engenharia, antropologia, entre outras. A remuneração desses servidores será de R$ 4.598,80 (perito) a R$ 2.254,64 (técnicos).

As inscrições vão até 6 de maio no www.cetroconcursos.com.br e custam de R$ 30 a R$ 60, dependendo do cargo. Os portadores de necessidades especiais têm reserva de 10% das chances e devem apresentar os documentos descritos no edital até 20 de abril. As provas objetivas serão realizadas em 13 de junho em todas as capitais e nas cidades de Santarém (PA), Marabá (PA) e Petrolina (PE). De acordo com a Diretoria de Gestão Administrativa do Incra, a intenção é homologar o concurso até o fim de junho. (LN)