Título: Aeroportos terão alimentos com preço tabelado
Autor: Setti, Rennan
Fonte: O Globo, 07/08/2012, Economia, p. 24

Infraero licitará lanchonetes. Produtos vendidos nas lojas dos terminais custam o triplo do cobrado na cidade

Nos terminais do Galeão e do Santos Dumont, o passageiro que vai fazer um lanche antes de pegar o avião tem a sensação de que os preços já decolaram e estão suspensos nas alturas. Produtos vendidos nas lojas dos aeroportos do Rio chegam a custar o triplo do que é cobrado em shoppings e lanchonetes da cidade. Com a chegada das classes C e D ao saguão de embarque, a Infraero decidiu agir para que os novos passageiros possam pagar pelo sanduíche: até o fim do ano, 11 aeroportos do país, entre eles os cariocas, terão uma lanchonete "popular", com preços baixos e controlados.

São vários os exemplos de preços estratosféricos. À espera do voo para Porto Alegre, Maria Anália Damasceno desistiu de comer um quindim: o doce custava R$ 9 no Santos Dumont. Ela preferiu pagar R$ 14 em um misto quente e um refrigerante, achando caro:

- Estou acostumada a comprar o quindim por R$ 4,50 lá na minha cidade.

No Terminal 2 do Galeão, um pote de 415 gramas do sorvete Häagen-Dazs sai por R$ 42, enquanto pode ser encontrado por R$ 19,90 no shopping RioSul. Um pão de queijo grande custa R$ 4 no saguão de embarque, mas é vendido por R$ 2,70 em uma franquia da mesma rede no Centro.

A Associação Nacional de Concessionárias de Aeroportos (Ancab) afirma que as lojas têm custo mais alto por funcionarem 24 horas por dia, com logística de abastecimento complexa e em área de segurança aeroportuária.

licitação no rio este ano

A solução da Infraero foi licitar espaços para lanchonetes com preços baixos e tabelados. O concessionário é obrigado a cumprir o preço estipulado por um ano. Ao fim do período, a Infraero avalia a possibilidade de reajuste. A ideia é introduzir o modelo nas cidades-sede da Copa de 2014.

No Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, uma delas começou a funcionar há algumas semanas. Lá, uma lata de refrigerante não pode custar mais de R$ 3,20 (no Galeão, sai por R$ 4,50 hoje). A cesta de produtos com preços regulados tem 15 alimentos. O pregão para a loja de Natal acontece amanhã. Na quinta-feira é a vez de Recife, e na sexta, de Fortaleza. Os leilões de Congonhas (São Paulo) e Salvador sairão ainda este mês. O processo licitatório para os aeroportos do Rio e o de Porto Alegre deve ser concluído ainda este ano.