Título: Abert denuncia assassinato de jornalistas
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Fonte: O Globo, 03/10/2011, O País, p. 11

Brasil é o 2º país em número de homicídios contra a imprensa

BRASÍLIA. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) denunciará na 41ª Assembleia Geral da Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) o assassinato de cinco jornalistas brasileiros entre maio e setembro deste ano. A assembleia, com a presença de 150 representantes de emissoras de rádio e televisão das Américas, da Ásia e Europa, começou ontem em Lima, no Peru.

Relatório que a Abert preparou para levar ao fórum mostra que o Brasil é o segundo país em número de homicídios cometidos contra profissionais de imprensa neste ano. Só perde para o México. O relatório denuncia ameaças, atentados e censura prévia decorrente de decisões judiciais. No caso mais recente, um juiz do Rio Grande do Sul proibiu empresas do Grupo RBS de citarem o nome de um vereador envolvido em escândalo de mau uso de diárias. Representam o Brasil o diretor-geral do SBT em Brasília, Daniel Slaviero, e o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico do Grupo RBS, Paulo Tonet Camargo.

A assembleia ocorre uma vez por ano. Dirigentes de empresas de comunicação se reúnem para analisar a situação da liberdade de imprensa. Até a próxima quarta-feira, serão debatidos direitos autorais, tecnologia e uso do espectro radioelétrico. Presidida pelo chileno Luis Pardo Saínz, a AIR representa 17 mil emissoras de rádio e televisão.

Saínz defende maior eficácia na investigação de crimes contra jornalistas. "Tão importante quanto agravar as penas é garantir a investigação, o esclarecimento e a identificação dos responsáveis", afirma nota distribuída pela Abert. Saínz cobra maior compromisso dos governos e do Poder Judiciário para o esclarecimento desses crimes.