Título: Um mês após tragédia, dança emociona alunos
Autor: Gerbase, Fabíola
Fonte: O Globo, 07/05/2011, Rio, p. 21

Abraçada ao filho Carlos Matheus, Carla Vilhena sabe que o Dia das Mães, amanhã, será especial. Aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, o menino de 13 anos foi um dos feridos pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, que exatamente há um mês assassinou 12 crianças no colégio. Aos poucos, a rotina de Carlos e da unidade de ensino começa a voltar ao normal. Ontem, a companhia Dançando Para Não Dançar esteve na escola para uma apresentar o espetáculo ¿Favela¿ para pais e alunos. Carlos, atingido de raspão no peito e baleado no braço, estava lá com a mãe:

¿ Eu poderia estar sem meu filho agora, mas ele está aqui comigo. Isso é o que importa ¿ disse Carla.

Quase no fim do show, a bailarina Ana Botafogo, madrinha do projeto, chegou ao colégio. Segundo ela, os estudantes ficaram emocionados:

¿ A dança trabalha o movimento, a coordenação motora. Faz a pessoa tirar a emoção que vem de dentro.

A plateia recebeu rosas dos organizadores. Hoje, funcionários, estudantes e seus familiares participarão de uma passeata, que sairá do colégio, às 9h. Às 19h, o arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, fará uma celebração em memória dos mortos, na Igreja Cristo Libertador, em Realengo.