Título: Discussões acaloradas
Autor: Niemeyer, Oscar; Dubeux, Ana
Fonte: Correio Braziliense, 29/05/2009, Cidades, p. 25

A proposta de Niemeyer para a Praça da Soberania tornou-se um marco. Foi a primeira vez que a cidade reagiu contra uma obra do arquiteto. O projeto previa um obelisco com 100m de altura, dois edifícios e um estacionamento subterrâneo para 3 mil carros. Um dos prédios seria dedicado à memória dos presidentes da República. O outro abrigaria exposição permanente do progresso do Brasil. Um imenso calçadão envolveria o conjunto.

A proposta foi apresentada ao governador José Roberto Arruda em 9 de janeiro, no Rio de Janeiro. Inicialmente, Arruda declarou que pretendia entregá-la no aniversário de 50 anos de Brasília. Assim que o Correio divulgou a imagem do projeto, houve reações contrárias de leigos e de especialistas.

O site www.correiobraziliense.com.br promoveu enquete para saber a opinião dos internautas. Mais de 4 mil participaram e 70% votaram contra o obelisco. O superintendente do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan-DF), Alfredo Gastal, alegou que o projeto feria o tombamento porque nos terrenos do canteiro central da Esplanada seriam vedadas edificações. O governador recuou.

Após duas semanas na trincheira, Niemeyer jogou a toalha e escreveu um artigo em que se propunha a encerrar a questão e colocar de lado a ideia da praça ¿ ao menos, ¿provisoriamente¿.