Título: Aliados admitem que fortalece Lula
Autor: Miranda, André; Éboli, Evandro
Fonte: O Globo, 19/11/2009, O País, p. 8

"Pelo carinho que ela (d. Marisa) me dedicou à noite, ela gostou", diz ele BRASÍLIA. Petistas e aliados que assistiram ao filme ¿Lula, o filho do Brasil¿ anteontem à noite admitiram que, em ano eleitoral, a produção fortalece o presidente. A exibição do filme ocorreu na noite de anteontem numa sessão tumultuada no Teatro Nacional.

¿ Gostei do filme, revela a vida difícil do Lula. Ele não é um filme feito com objetivos eleitorais, mas é claro que ele fortalece muito a imagem de Lula ¿ disse o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Agnelo Queiroz, ex-ministro de Lula e précandidato do PT ao governo do Distrito Federal, disse que contar a história de Lula no cinema em ano eleitoral incomoda a oposição: ¿ Talvez a oposição, desesperada, gostasse que não fosse contada a história dele. É uma história conhecida, mas o cinema dá oportunidade para que milhares de brasileiros conheçam os detalhes.

O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), negou a conotação eleitoral: ¿ É bom filme. Mas é só filme, o povo tem inteligência para distinguir política de cinema.

Para o deputado Flávio Dino (PCdoB-MA), o fato de o filme terminar antes da criação do PT, e de não mostrar campanhas, foi proposital, para que não houvesse críticas da oposição: ¿ Gostei, mas fiquei frustrado com o final.

Houve um corte abrupto. Tive a impressão de que isso foi feito por um motivo político. Se tivessem mostrado imagens das campanhas, a leitura eleitoral seria mais viável.

O presidente Lula ainda não viu o filme, mas recebeu um relato animado da primeiradama, Marisa Letícia.

¿ Pelo carinho que ela me dedicou à noite, ela gostou ¿ disse Lula.

Mesmo depois da exibição, a polêmica sobre a organização do lançamento do filme continuou. Bastante irritado com as críticas do produtor Luiz Carlos Barreto contra a superlotação do cinema, o secretário de Cultura do Distrito Federal, Silvestre Gorgulho, culpou o excesso de convites distribuídos pelo Planalto a funcionários do governo.

¿ O Palácio dispensou 800 funcionários para lotar o teatro ¿ disse Gorgulho.