Título: As idas e vindas do PMDB no Rio de Janeiro
Autor: Menezes, Maiá; Tabak, Flávio
Fonte: O Globo, 06/06/2008, O País, p. 3

O novo lance do confuso xadrez político pré-eleitoral no Rio faz o PMDB recuar no tempo e traz de volta o impasse que o partido vivia há pouco mais de dois meses: apoiar Eduardo Paes ou chancelar a aliança com o DEM, do prefeito Cesar Maia. É mais uma reviravolta no turbulento período pré-eleitoral, protagonizado pelas idas e vindas do partido que reúne o governador Sérgio Cabral, o presidente da Assembléia Legislativa do Rio, Jorge Picciani, e o ex-governador Anthony Garotinho. Inicialmente defendida por Picciani, com o aval de Cabral, a tese da aliança com o DEM agora tem Garotinho como porta-voz solitário - mesmo presidente regional do PMDB, ele conta com apenas 21 dos 80 votos do diretório.

Inicialmente afeito à idéia da união com o partido do prefeito Cesar Maia, Cabral chegou a dizer que renunciaria para concorrer à prefeitura, caso o PMDB mantivesse a idéia de apoiar o DEM. Foi uma reação à reprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao acordo. Decidiu, então, apadrinhar a filiação de Paes, ex-tucano, a seu partido, sob protestos de peemedebistas. Trocou o ex-tucano por Alessandro Molon - mesmo antes de ele ser lançado como nome do PT para a sucessão municipal -, sempre em nome da parceria com o governo Lula. Recebeu a benção do presidente-aliado, que ganhou mais um palanque no Rio. O presidente estava de olho na nacionalização da campanha, iniciada com o lançamento do nome do deputado federal Fernando Gabeira (PV), abençoado pela cúpula nacional do PSDB.