Título: Brasil deve substituir embaixador na ONU
Autor: Oliveira, Eliane
Fonte: O Globo, 29/08/2009, O País, p. 8

Principal cotado para assumir o cargo é Antonio Patriota, que ocupa o posto em Washington

BRASÍLIA. Prestes a voltar a ocupar uma vaga rotativa no Conselho de Segurança das Nações Unidas, por um período de dois anos, o Brasil deve trocar de embaixador junto à ONU, em Nova York, até o fim do ano. Atualmente, o posto é ocupado por Maria Luiza Viotti.

Nos bastidores, o nome mais forte para assumir o cargo é o do atual embaixador brasileiro em Washington, Antonio Patriota. O Brasil assumirá a vaga rotativa no Conselho de Segurança em 2010.

À frente da embaixada dos Estados Unidos desde o início de 2007, Patriota era, antes de ser indicado para o cargo, o braço direito do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, em Brasília. Tem larga experiência em questões multilaterais e já serviu na ONU como adjunto de Amorim.

É, ainda, tido como um dos principais articuladores da campanha do Brasil por um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Junto com uma lista de candidatos, entre os quais o embaixador do Brasil na Argentina, Mauro Vieira, o nome de Patriota também está cotado para assumir a vaga do secretáriogeral do Itamaraty, Samuel Pinheiro Guimarães, que se aposentará compulsoriamente em outubro deste ano.

Samuel Pinheiro Guimarães pode substituir Mangabeira A Secretaria Geral é o posto mais alto da diplomacia, tendo em vista que, para ser chanceler, não é obrigatório estar na carreira diplomática.

Caso o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decida manter em funcionamento a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), até pouco tempo ocupada por Roberto Mangabeira Unger, o posto seria uma alternativa para Guimarães.

Essa é a hipótese mais comentada no Itamaraty.

Guimarães, que tem forte ligação com Amorim ¿ com quem trabalha desde que o ministro era presidente da Embratur, na década de 70 ¿ nunca serviu o Brasil como embaixador.

Ganhou prestígio no governo Lula meses depois de ter sido demitido do Instituto de Pesquisas de Relações Internacionais do Itamaraty, pelo então chanceler Celso Lafer.

O atual secretário-geral criticou abertamente a possibilidade de se criar a Área de Livre Comércio das Américas (Alca). Essa posição coincidiu com a de Lula e Amorim, que decidiram congelar as negociações da Alca, por discordarem das posições assumidas pelos Estados Unidos.

Atualmente, a SAE é comandada por Daniel Vargas, que era secretário-executivo de Mangabeira Unger há até cerca de dois meses. Ele é ex-aluno de Mangabeira na Universidade de Harvard. O futuro de Guimarães está ligado ao que acontecerá com a Secretaria.