Título: TUCANO: `PRIVATIZAÇÃO É UMA PÁGINA VIRADA¿
Autor: Adauri Antunes Barbosa e Maia Menezes
Fonte: O Globo, 16/10/2006, O País, p. 4

Coordenador da campanha de Alckmin afirma que plano é fortalecer estatais, e não vendê-las

SÃO PAULO. Nada de privatização nos planos dos tucanos. Segundo o coordenador do programa de governo do PSDB, João Carlos Meirelles, o partido não prevê privatizar mais nenhuma estatal brasileira. Ao contrário, Meirelles disse que, se eleito, Geraldo Alckmin vai fortalecer as empresas do governo:

¿ As privatizações são uma página virada da História. Vamos fortalecer a Petrobras, os Correios, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica.

O tucano pretende fazer uma mudança na Caixa. Meirelles quer que o governo destine parte do Orçamento da União para que o banco prossiga com suas políticas sociais, como a dos empréstimos para moradia popular.

Assim como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin não tem um plano de cortes profundos nos gastos públicos, hoje na ordem de R$100 bilhões. A proposta é como a de Lula: cortar os ¿supérfluos¿, eliminar o desperdício. O discurso do rigor administrativo tem permeado toda a campanha de Alckmin, que afirma querer promover um ¿choque de gestão¿ no governo federal.

¿ Com uma boa gestão, os gastos diminuem. Você vai a qualquer repartição pública, por exemplo, e todas as luzes estão acesas. Todo mundo telefona para todo lugar, sem nenhum critério ¿ disse o coordenador, acusando o governo de manter três mil obras paralisadas e com altos custos.

Para Meirelles, o corte nos gastos públicos não deveria ser a maior preocupação na discussão dos programas de governo.

¿ O grande problema não é cortar. Mas vamos fazer os cortes em cima dos supérfluos¿ afirmou.

Alckmin promete reduzir imposto de transportes

Ontem, em São Paulo, Alckmin prometeu que vai reduzir PIS e Cofins incidentes no preço do óleo diesel e da energia elétrica, para reduzir o preço das passagens do transporte público (ônibus, trem e metrô).

¿ Vou reduzir impostos, começando pela passagem de ônibus, metrô e trem, que hoje em grande parte é imposto. É PIS e Confins sobre óleo diesel, sobre energia elétrica, onerando a população mais pobre ¿ afirmou Alckmin, assumindo o tom populista, depois de uma caminhada no fim da manhã, para gravar cenas de seu programa eleitoral, em uma feira no bairro Capão Redondo, na Zona Sul da capital paulista.

O candidato tucano voltou a criticar os ¿gastos supérfluos¿ do governo Lula e ¿o aparelhamento do estado pelo PT, que emperra a máquina pública¿.

¿ Eles tiveram quatro anos, não cortaram gastos supérfluos. Pelo contrário, aumentaram os gastos com o aparelhamento do estado. Não o emprego para o povo, mas empregos para os petistas, para a companheirada. Está errado. Trinta e quatro ministérios para poder fazer política partidária. Então, acho que já teve a sua oportunidade e não fez. É um absurdo o país crescer 2% quando o mundo cresce 5% ¿ criticou.