Título: VIOLÊNCIA MATA 21% DAS CRIANÇAS
Autor: Demétrio Weber
Fonte: O Globo, 15/12/2005, O País, p. 13

BRASÍLIA, TERESINA E SALVADOR. Uma em cada cinco crianças de 1 a 6 anos mortas no período de 1996 a 2003 foram vítimas de violência ou acidentes de trânsito, a maior parte atropelamentos. É o que mostra o relatório Situação da Infância Brasileira 2006, com base em dados do sistema de informações sobre mortalidade do Ministério da Saúde.

O relatório do Unicef diz que 21,11% das mortes de crianças de 1 a 6 anos no período tiveram como causa acidentes e violência, as chamadas causas externas. Em 2002, segundo o texto, os acidentes de trânsito foram responsáveis por 27,3% das mortes por causas externas de crianças de 1 a 4 anos. A maioria delas era formada por pedestres.

O relatório diz também que mais de um quinto dos recém-nascidos brasileiros completa 1 ano sem ter sido registrado.

Expedito Marques Paiva (PMDB), prefeito de Pau D´Arco, a 72 quilômetros de Teresina, cidade com mais baixo IDH segundo o Unicef, afirmou que a baixa qualidade de vida das crianças do município está relacionada à falta de emprego e renda de seus pais, que sobrevivem basicamente da criação de caprinos, ovinos e do cultivo da agricultura de subsistência. A cidade não possui hospital e as crianças que adoecem com frequência de diarréia são atendidas num único posto de saúde.

Na Bahia, o problema é a deficiência na aplicação das políticas públicas adequadas na maioria dos seus 417 municípios. Entretanto, o estado obteve avanços com relação ao último relatório divulgado em 1999. Naquele período a Bahia apresentava um índice de 0,43 e era o 26º pior no país, perdendo apenas para Alagoas. Hoje, ocupa a 24ª posição no ranking nacional, com índice de 0,52 à frente de Alagoas (0,47), Acre (0,51) e Amazonas (0,52).