Título: PF INVESTIGARÁ DOCUMENTOS DE FANTASMA
Autor: Chico Otávio e Rodrigo Lopes
Fonte: O Globo, 15/07/2005, O País, p. 4

CPI quer identificar falsário que se passou por ferroviário morto em 99

BRASÍLIA e BELO HORIZONTE. A pedido da CPI dos Correios, a Polícia Federal vai investigar o uso de documentos do ferroviário Jonas de Pinho, morto em dezembro de 1999, para um saque de R$152 mil da conta da SMP&B, agência do publicitário Marcos Valério, em junho de 2003. Em requerimento apresentado ontem, o senador César Borges (PFL-BA), membro da CPI, alegou que a identificação do falsário que se fez passar pelo ferroviário, bem como o destino dado ao dinheiro, permitirá apurar a suposta existência de um esquema de desvio de recursos públicos.

O advogado de Valério, Marcelo Leonardo, disse ontem que o publicitário não tem qualquer responsabilidade sobre os supostos saques feitos nas contas da DNA e da SMP&B no Rural. Segundo o advogado, cheques da DNA são repassados rotineiramente a empresas terceirizadas e ¿quem deve explicações sobre informações falsas é a família do ferroviário¿.

Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entregue à CPI, revela que a pessoa que se fez passar por Jonas de Pinho, fornecendo o seu CPF à agência Assembléia do Banco Rural, na capital mineira, alegou que o dinheiro seria destinado ao pagamento de folha de pessoal.

O ferroviário deixou dois filhos, o médico Hércules e Jonas, que de pequeno empresário da área de informática, tornou-se controlador de uma das maiores produtoras de vídeo e cinema da capital mineira. A I 3 HDTV Cinema e Vídeo presta serviço para SMP&B e DNA, além de outras agências de publicidade da capital mineira.

(*) Especial para O GLOBO