Título: Espanholas têm metas ambiciosas para liderar mercado editorial do país
Autor: Rachel Bertol
Fonte: O Globo, 11/06/2005, Economia, p. 26

Desde 2001, já chegaram Santillana, Planeta, Oceano e Edições SM

O processo de "espanholização" do mercado editorial brasileiro começou em 2001, justamente quando a Santillana - do Grupo Prisa, e que ontem anunciou a compra da Objetiva - adquiriu a Moderna, atuante no setor de didáticos, e a Salamandra, especializada no segmento infanto-juvenil. Desde então, vieram a Planeta, que em 2003 inaugurou em São Paulo sua própria editora, em vez de comprar uma, e, no ano passado, mais duas: a Oceano, especializada em obras de referência, como enciclopédias e dicionários, e a Edições SM, também voltada para o segmento infanto-juvenil e de didáticos.

- Os espanhóis sentem afinidade com o mercado brasileiro. E na Europa há poucas opções de mercado emergente com grande perspectiva de crescimento - afirma o diretor geral da Oceano no Brasil, José Antônio Alves.

Por ano, o grupo fatura internacionalmente cerca de 500 milhões de euros e, segundo Alves, o objetivo é se tornar líder no segmento de venda direta (porta a porta) no país. Metas ambiciosas também pautam as demais espanholas. A Planeta adotou no ano passado uma política mais agressiva para contratar autores best-seller, pagando-lhes adiantamento de direitos autorais entre R$50 mil e R$100 mil, acima da média.

O economista Fábio Sá Earp observa que a venda das editoras brasileiras reflete a fragilidade do setor editorial:

- Editoras estrangeiras entram no Brasil e o contrário não acontece. Não há o saudável movimento de ida e volta.