Título: Finep liberou mais recursos para a própria linha
Autor: Neder, Vinicius ; Durão, Mariana
Fonte: O Estado de São Paulo, 23/01/2013, Economia, p. B4

A Financiadora de Estudos e Pro­jetos (Finep), agência de fomen­to do governo federal, teve uma atuação dupla, no ano passado, na liberação de recursos do Programa de Sustentação do Investi­mento (PSI).

Enquanto atuou como inter­mediária do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Finep liberou tímidos R$ 36,1 milhões às empre­sas. Mas, quando atuou direta­mente, em sua própria linha "Finep-PSI", a estatal emprestou 84% de todo o capital colocado à disposição pelo governo federal. Em 2012, a Finep concedeu R$ 2,51 bilhões por meio dessa linha.

Segundo dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, a Finep emprestou apenas R$ 36,1 milhões às empresas por meio do PSI entre janeiro e no­vembro do ano passado. No ano anterior, quando a Finep iniciou sua operação com o PSI, a agência estatal liberou volume um pouco maior, de R$ 102,4 milhões.

"Esses valores representam nossa atuação como agente fi­nanceiro, ou seja, os contratos que fechamos em nome do BNDES. Nossa atuação foi mui­to superior na linha direta do PSI", afirmou o diretor de admi­nistração e finanças da Finep, Fernando Ribeiro.

De acordo com Ribeiro, a esta­tal ainda tem R$ 495 milhões em estoque para financiar as empre­sas neste ano - recurso liberado pelo governo à Finep em 2012 e que não foi usado. Além disso, a agência terá outros R$ 3 bilhões do PSI para emprestar neste ano. "Ao todo, teremos mais de R$ 5 bilhões para financiar diretamen­te as companhias", disse Ribeiro.

Na tentativa de recuperar o di­namismo econômico, diante das previsões de que o PIB cresceu menos de 1% em 2012, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no dia 5 de dezembro a extensão do PSI até o final deste ano, oferecendo mais uma vantagem aos bancos privados.

Em vez de usar recursos do BNDES, as instituições financeiras poderiam emprestar, sob as regras do PSI, até 20% dos cha­mados depósitos compulsórios. Este dinheiro fica depositado no Banco Central, sem rendimentos, como forma de equilibrar o volume de dinheiro disponível no sistema financeiro. / J.V. e I.D.