Título: Anfavea espera que juro menor estimule vendas
Autor: Carlos de Assis, Francisco; Silva, Cleide
Fonte: O Estado de São Paulo, 08/05/2012, Economia, p. B2

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini, disse ontem estar otimista com relação ao desempenho das vendas da indústria automobilística para os próximos meses. Segundo ele, a queda da taxa de juros, aliada ao pleno emprego e ao aumento da renda deverá começar a impactar as vendas nos próximos meses.

As vendas totais de veículos no mercado interno atingiram 257, 8 mil unidades no mês passado, queda de 14,2% ante março e de 10,8% em relação a abril de 2011. Nos quatro primeiros meses do ano foram vendidos 1,076 milhão de veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), uma queda de 3,4% ante igual período de 2011.

Segundo Belini, essa queda deverá ser recuperada nos próximos meses, podendo começar com as vendas de maio. "Deveremos recuperar esta queda nos próximos meses." Ele manteve a projeção de crescimento de vendas em torno de 4% a 5% feita no início do ano (cerca de 3,8 milhões de unidades), alegando que só vai mexer nas projeções a partir do segundo semestre.

"Como as vendas caíram 3,4% no quadrimestre, teremos de crescer muito nos próximos meses para recuperá-las. Por isso vou revisar os números só no segundo semestre", reiterou. Já a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) e alguns analistas já refizeram suas contas para baixo e preveem crescimento entre 2% e 3,5% para este ano.

Preferencial. Para o economista da Rosenberg & Associados, José Augusto Savasini, a redução dos juros anunciada pelos bancos só está ocorrendo, de fato, "para clientes preferenciais". Segundo ele, são consumidores com renda suficiente para adquirir carros com preços entre R$ 60 mil e R$ 80 mil e com pagamento de entrada.

"Para a maioria dos clientes que compra carros populares, na faixa de até R$ 35 mil, sem uma boa entrada e que busca financiamentos de longo prazo, a liberação do crédito é mais difícil", disse Savasini. Para ele, essa situação deve perdurar enquanto a inadimplência se mantiver em índices elevados.

Belini, porém, também se mostrou otimista em relação à inadimplência do setor, que em março atingiu índice recorde de 5,7%. O fato é que, segundo ele, além de essa taxa estar abaixo da inadimplência agregada, de 7,4%, ela encontra-se estabilizada e vem de concessões de crédito feitas há dois anos.

"Os novos contratos estão sendo feitos com base em novos e mais rigorosos critérios de avaliação de crédito", disse Belini. O total de crédito para aquisição de veículos neste ano atingiu R$ 201,3 milhões, uma expansão de 6% ante igual período de 2011.

GM de Gravataí tem greve parcial

Empregados da General Motors de Gravataí paralisaram parcialmente suas atividades ontem para pressionar a empresa a aumentar a proposta salarial. O sindicato reivindica reajuste de 10% e Plano de Participação de Resultados de R$ 9 mil em caso de êxito no alcance das metas anuais. A empresa