Título: Gerdau estuda construção de três novas usinas
Autor: Quintão, Chiara
Fonte: O Estado de São Paulo, 06/05/2011, Economia, p. B21

Segundo a empresa, seriam duas unidades no Brasil, sendo uma no Norte-Nordeste e outra no Centro-Oeste, e uma nos EUA

O grupo siderúrgico Gerdau informou ontem que estuda a construção de três novas usinas - duas no Brasil, sendo uma no Norte-Nordeste e outra no Centro-Oeste, e uma nos Estados Unidos. A empresa não informou, porém, quanto seria investido nessas unidades.

No Brasil, as usinas em estudo devem ter capacidade entre 500 mil e 700 mil toneladas de aço cada, e serão voltadas para atender à construção civil e à indústria. Os planos para a nova usina nos Estados Unidos, com capacidade instalada entre 700 mil e 800 mil toneladas, visam atender ao segmento de aços especiais. O grupo também avalia instalar um novo laminador na região Sul do País, com capacidade de 600 mil toneladas.

Além desses planos, a Gerdau anunciou novos investimentos de quase R$ 1,3 bilhão para ampliar sua capacidade de produção em unidades já existentes. No Brasil, serão R$ 718 milhões, até 2013, nas unidades de Pindamonhangaba e Araçariguama, no interior paulista, para atender à indústria automobilística e à construção civil. Já nos EUA, serão investidos R$ 560 milhões nas unidades de aços especiais para atender ao crescimento dos setores automotivo e industrial da América do Norte.

A empresa também informou ontem que mantém os estudos de alternativas para monetização de seus ativos de minério de ferro, o que deve levar de quatro a seis meses. Entre as possibilidades consideradas para a área de minério está a de separar os ativos de mineração em uma empresa, encontrar um parceiro ou formar uma joint venture.

No começo de março, a Gerdau comunicou ao mercado que pretende comercializar seus ativos de minério de ferro e que seus recursos minerais medidos, indicados e inferidos somavam 2,9 bilhões de toneladas. Na ocasião, a empresa informou que o teor médio do minério de ferro de suas reservas era de cerca de 41%. Os recursos estão localizados em Miguel Burnier (MG) e Várzea do Lopes (MG).

A Gerdau espera que a unidade de Ouro Branco (MG) possa ser totalmente abastecida com minério da própria companhia a partir de 2012. Para este ano, a expectativa é de 75% de abastecimento próprio. "Estamos atentos a possibilidades de aquisição, mas não estamos negociando compra de nenhuma nova mina", disse o vice-presidente executivo de finanças, controladoria e relações com investidores da Gerdau, Osvaldo Schirmer.

Usiminas. O diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter, disse ontem que não iria comentar rumores e especulações, ao ser questionado sobre possível interesse da companhia em ingressar no bloco de controle da Usiminas. "Já nos posicionamos", disse, referindo-se ao comunicado em que a Gerdau reiterou que os recursos da oferta de ações realizada em abril iriam para reforçar sua estrutura de capital e atender ao plano de investimentos da companhia.

O executivo ressaltou que mais da metade do valor captado na oferta primária se destinou ao pagamento de dívida e que os recursos serão alocados também nos investimentos anunciados. "Estamos cumprindo o que foi comunicado", afirmou.

A empresa anunciou ontem ter registrado lucro líquido de R$ 409 milhões no primeiro trimestre, uma queda de 29% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita líquida do grupo, no entanto, cresceu 18%, chegando a R$ 8,36 bilhões no trimestre. / COLABOROU FABIANA HOLTZ

Preços

OSVALDO SCHIRMER DIRETOR DE FINANÇAS, CONTROLADORIA E RELAÇÕES COM INVESTIDORES DA GERDAU

"Houve uma queda muito importante do nível de importação de aços longos no primeiro trimestre. O setor é bem menos exposto que o de planos. O nível de prêmio está voltando aos níveis históricos, antes do crescimento das importações. Acreditamos que o quadro pode se manter.""