Título: Vila para a terceira idade fica pronta em dezembro
Autor: Toledo, Karina
Fonte: O Estado de São Paulo, 15/11/2009, Vida&, p. A26

A primeira vila de casas populares construída exclusivamente para idosos no Estado deve estar pronta até o fim de dezembro, garante o secretário da Habitação de São Paulo, Lair Krähenbühl.

Além de oferecer casas adaptadas para garantir segurança e acessibilidade, o projeto quer promover a independência e a socialização entre pessoas da terceira idade, por meio de centros de convivência, atividades de cultura e lazer, áreas comuns com infraestrutura adequada e assistência social.

"Nosso objetivo é evitar que vá para o asilo o idoso que não tem parentes e que, embora possua renda, não consegue manter uma casa sozinho. Mesmo em uma cadeira de rodas essa pessoa terá condições de morar sozinha", diz Krähenbühl.

O programa está sendo realizado pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU) em parceria com a Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social e as prefeituras municipais, que ficam responsáveis pela gestão das vilas e pela seleção do idoso.

O piloto do Programa Vila Dignidade está sendo construído em Avaré, a 260 quilômetros da capital. Segundo Krähenbühl, já foram feitas licitações para levar o projeto a outros 13 municípios do interior.

"Quando o morador morrer, a prefeitura deverá indicar um novo dono para a casa, pois não há direitos hereditários", explica o secretário.

A prefeitura também é responsável pelo pagamento das contas de água e luz e deve garantir vagas em hospitais próximos e ambulâncias para atendimento de emergência.

Uma luz na fachada das casas, acionada por um interruptor ao lado da cama caso o idoso passe mal, avisará uma central que providenciará socorro.

DESENHO UNIVERSAL

As casas foram projetadas seguindo os conceitos do Desenho Universal - novas diretrizes para a moradia popular criadas em 2007, pela atual gestão da CDHU.

Além de itens de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida - como barras nos banheiros e cozinhas, portas e corredores largos e rampas de acesso - há inovações como pé-direito alto, piso de cerâmica, azulejos nas áreas molhadas e aquecedor solar.

"É um novo conceito de moradia popular, com um custo apenas 15% maior", conta o secretário Krähenbühl. "Se considerarmos apenas os itens de acessibilidade, o aumento é só de 6%", completa.