Título: Alckmin e Kassab estão céticos sobre aliança
Autor: Lopes, Elizabeth
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/03/2008, Nacional, p. A10

Ex-governador e prefeito se encontram na missa em memória aos 7 anos da morte de Mário Covas

O ex-governador Geraldo Alckmin e o prefeito da capital, Gilberto Kassab, se mostraram céticos ontem quanto à possibilidade de uma aliança entre PSDB e DEM no primeiro turno das eleições para a Prefeitura de São Paulo. Os dois se encontraram na manhã de ontem durante missa de 7 anos da morte do governador Mário Covas, no Mosteiro de São Bento.

Após a missa, organizada pela Fundação Mário Covas, Kassab voltou a falar da disposição de concorrer à reeleição. ¿Eu tenho muita vontade (de disputar a reeleição)¿, afirmou. ¿De zero a dez, minha vontade é dez, mas não posso fazer dessa vontade uma imposição, porque existem os interesses da cidade, que são muito maiores.¿

Alckmin, que também conversou com os jornalistas depois da missa, falou de sua vontade de disputar as eleições municipais desde ano. Indagado sobre o apoio do governador José Serra a sua eventual candidatura, o ex-governador foi diplomático. ¿O Serra é um homem de partido e vai apoiar o candidato do PSDB¿, afirmou. A opção preferencial do governador, contudo, é pela reeleição do atual prefeito. Serra também participou da missa em homenagem a Covas, mas deixou o Mosteiro de São Bento sem falar com a imprensa.

Alckmin e Kassab voltarão a conversar sobre as eleições na semana que vem. Apesar do ceticismo demonstrado pelo ex-governador quanto à viabilidade de uma aliança entre PSDB e DEM no primeiro turno, ele disse que os esforços nesse sentido continuam. Caso um acordo não seja possível, as duas legendas poderão se unir no segundo turno.

A missa reuniu vários líderes tucanos e do DEM, além da família de Mário Covas. Entre as autoridades presentes, estavam o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal, o ex-presidente nacional do DEM Jorge Bornhausen, o ex-governador Claudio Lembo, o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Vaz de Lima, além de secretários estaduais e municipais, parlamentares e ex-colaboradores de Covas.

Serra, Alckmin e Kassab sentaram-se na primeira fila da igreja. O governador e o prefeito só trocaram cumprimentos durante a celebração. Depois disso, não conversaram mais.

O abade do Mosteiro de São Bento, d. Mathias Tolentino Braga, aproveitou seu sermão para chamar a atenção dos políticos presentes à missa. ¿Hoje, o Brasil tem carência de pessoas que coloquem os interesses da sociedade como missão.¿ Citando Jesus, disse que os homens públicos devem pôr as próprias vidas em benefício do povo que governam. ¿É isso que se espera de um homem público.¿

Após a missa, Alckmin viveu momentos de pré-candidato. Acompanhado da mulher, Lu Alckmin, ele tomou café num bar próximo ao Mosteiro de São Bento, falou de sua vontade de continuar atuando como homem público e, na saída, foi abordado por muitas pessoas, que pediam por sua candidatura nas eleições deste ano. Alckmin distribuiu muitos beijos, abraços, e tirou várias fotos.