Título: Criação de vagas formais é recorde
Autor: Sobral, Isabel
Fonte: O Estado de São Paulo, 16/10/2007, Economia, p. B9

Com 251,2 mil novos empregos, foi o melhor setembro desde o início da série histórica do Caged, em 1992

Isabel Sobral

Lideradas pela indústria de transformação, as empresas privadas contrataram 251,1 mil novos empregados com carteira assinada em setembro. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem, esse foi o melhor saldo para meses de setembro da série histórica do Caged, iniciada em 1992, o que levou a um aumento de 0,87% do estoque de postos formais de trabalho no País. Apenas as indústrias criaram 112,1 mil vagas, o melhor resultado mensal do setor nas estatísticas do Ministério do Trabalho.

No mesmo mês de 2006, a economia brasileira abriu 176,7 mil novos empregos com carteira assinada, um saldo 29% menor que o do mês passado. Com isso, as empresas já acumulam de janeiro a setembro 1,606 milhão de novos trabalhadores, o que significa 5,8% de elevação do estoque de empregos.

De janeiro a setembro de 2006, o Caged registrou a criação de 1,383 milhão de vagas. Para este ano, a previsão do Ministério do Trabalho é de 1,55 milhão a 1,6 milhão de novos empregos formais, superando o recorde de 2004, quando foram criadas 1,523 milhão de ocupações.

O Caged é um cadastro que registra todas as demissões e contratações feitas pelas empresas privadas, ficando de fora dessa estatística as admissões de empregados domésticos e servidores públicos.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, atribuiu o bom resultado à política de corte de juros, que favorece o crescimento econômico. Ele apelou para ¿sensibilidade¿ dos diretores do Banco Central (BC) que hoje e amanhã discutirão na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) a trajetória da taxa básica de juros (Selic) da economia.

¿Tenho certeza de que esses dados vão sensibilizar os nossos amigos do Banco Central, porque o natural agora é termos mais um cortezinho de juros¿, disse o ministro, comparando a economia brasileira a um automóvel em movimento para argumentar: ¿Se puxarmos o freio de mão agora, o carro pode capotar¿. O mês de setembro é aquecido em contratações porque é um período em que as empresas - particularmente as indústrias - ampliam a produção preparando-se para o aumento da demanda de fim de ano.

O setor de serviços abriu 73 mil vagas formais no mês, enquanto o comércio contratou 50,3 mil trabalhadores. A agricultura foi o único setor que mais demitiu do que contratou, fechando cerca de 18 mil postos. Segundo Lupi, a entressafra de várias culturas, especialmente na Região Centro-Sul, explica a queda nas contratações.

Para Lupi, os bons números do mercado de trabalho são consistentes e permitem projetar novo recorde anual na geração de empregos. Em dezembro, entretanto, geralmente as demissões aumentam, pois termina o período de elevação da produção para o final de ano.

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