Título: Alckmin acusa adversário de mentir e iludir eleitor
Autor: Ana Paula Scinocca
Fonte: O Estado de São Paulo, 07/10/2006, Nacional, p. A16

O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, acusou ontem seu adversário, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de mentir e 'iludir a boa-fé' das pessoas propagando que ele tem a intenção de acabar com o programa Bolsa-Família e de privatizar estatais como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e a Petrobrás. 'Até não acreditei quando me falaram que o próprio presidente estava falando um conjunto de mentiras, coisas que não têm a menor procedência', disse o ex-governador.

Demonstrando indignação com a botaria disseminada pelo PT de Lula, Alckmin avaliou que a atitude de seu oponente revela desespero. 'A nossa campanha está crescendo na confiança do povo. No fundo, é medo de perder a eleição.' Pegando como gancho os escândalos de corrupção que atingiram o governo petista, o tucano anotou: 'Primeiro o presidente não sabia de nada. Agora fala coisas inverídicas. Onde fica a autoridade do chefe de Estado?'

O candidato do PSDB assegurou que a verdade vai pautar sua campanha na reta final. 'Não há melhor amigo que a verdade', frisou. 'O outro candidato não tem compromisso com a verdade e por isso está perdendo a credibilidade.'

O presidenciável passou o dia ontem entre articulações políticas e gravações para o horário eleitoral gratuito em Minas, segundo maior colégio eleitoral do País. Antes de retornar ao seu escritório político em São Paulo, no fim da tarde, ele convocou seus principais articuladores, liderados pelo coordenador da campanha, Sérgio Guerra, para pôr fim à boataria espalhada pelo PT e por Lula.

CORONÉIS

Guerra chamou a imprensa para acusar Lula e sua equipe de 'fraude, prática reacionária, guerrilha precária e ação terrorista'. Ele ainda comparou a estratégia do PT a instrumentos tradicionalmente usados pelos coronéis no Nordeste: 'Há muitos anos nossos governos transformavam o fornecimento de água à população em argumento eleitoral. Esse governo de agora faz a mesma coisa.'

'Isso agora de vir fazer terrorismo é uma ação que temos de denunciar como imprópria, antidemocrática, no caminho de uma radicalização que não é nossa intenção promover', disse ainda o coordenador da campanha tucana.