Título: Alencar apóia aumento para militares
Autor: Tânia Monteiro
Fonte: O Estado de São Paulo, 29/04/2005, Nacional, p. A11

Após conversa com o vice-presidente, mulheres que protestavam por aumento para maridos levantaram acampamento na Esplanada Depois de uma conversa com o vice-presidente José Alencar e da nova promessa de que até segunda-feira vai conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a possibilidade de pagamento ou não da segunda etapa do reajuste dos salários dos militares, as mulheres que lideram o movimento por melhores vencimentos nas Forças Armadas decidiram levantar o acampamento que haviam montado na Esplanada dos Ministérios, na terça-feira. Avisaram, no entanto, que vão retomar os protestos com mais força, se não houver decisão dentro de 15 dias. O dia de ontem foi marcado por manifestações em favor dos militares. Pela manhã, a solenidade de comemoração ao Dia do Exército, no plenário da Câmara, se transformou em uma sessão de protesto contra o descumprimento, pelo governo, da promessa de pagamento da reposição salarial de 23% nos soldos. Vestidas de preto, cerca de 200 mulheres de militares lotaram as galerias da Casa e aplaudiam a cada discurso dos 18 parlamentares que falaram em defesa do aumento salarial e do reequipamento das Forças Armadas. As mulheres, no entanto, se viraram de costas quando a deputada Maninha (PT-DF) saiu em defesa do governo, dizendo que o presidente Lula não era insensível à causa. Desconcertada com o protesto, ela se atrapalhou ao afirmar que o discurso de campanha do presidente não foi em vão e que os ministros do Planejamento e das "Finanças" irão lá para assegurar o cumprimento das promessas.

O plenário estava repleto de oficiais-generais das três forças, principalmente do Exército, que permaneceram mudos durante as mais de três horas de sessão. O comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, disse que "o governo está fazendo os estudos, vai resolver a questão e todos acreditam na palavra do presidente". Alencar explicou que o problema não era de insensibilidade, mas orçamentário. "Se eu pudesse, já tinha dado", declarou."