O resultado primário estrutural (RPE) corresponde ao resultado convencional livre do efeito do ciclo econômico e também dos eventos não recorrentes. A partir do RPE, é possível avaliar se a política fiscal é contracionista, expansionista ou neutra em dado período. Este Estudo Especial (EE) visa estimar o resultado primário estrutural para o governo central a partir das estimativas de hiato do produto e do cálculo das elasticidades dos grupamentos de receitas em relação ao PIB realizadas pela IFI nos EE nºs 4 e 16. Nossas simulações indicam que, em 2020,o resultado primário estrutural foi deficitário em 1,2% do PIB. Ou seja, expurgando o efeito do ciclo econômico (-1,5% do PIB) e dos eventos não recorrentes (-7,3% do PIB), o resultado primário do governo central continuaria sendo deficitário. Do ponto de vista da orientação da política fiscal, classificada a partir da variação do resultado estrutural no período (o chamado impulso fiscal), esta ficou próxima da neutralidade em 2020 (impulso fiscal de 0,1p.p.do PIB), mas ao considerar o componente não recorrente, houve expansão fiscal de 8,5 p.p. do PIB.