Título: Balanços de bancos americanos diluem perdas pelos trimestres
Autor: Carvalho, Jiane
Fonte: Jornal do Brasil, 11/08/2008, Economia, p. A17

A elevada exposição dos bancos americanos no mercado de hipotecas subprimes ¿ consideradas de segunda linha ¿ colocou sob suspeita a gestão de grandes instituições. O sistema elaborado para a concessão dos empréstimos para tomadores menos qualificados incluía a securitização de recebíveis.

Os bancos concediam o empréstimo, transformavam em títulos e revendiam ao mercado. Muitas vezes a fundos de investimento. Quando os problemas começaram a surgir, a engenharia montada fez os prejuízos se espalharem. Desde o ano passado, os grandes bancos divulgam baixas contáveis e prejuízos bilionários. O pior é que, segundo especialistas, ainda há muita notícia ruim que pode surgir no balanço dos bancos.

¿ As previsões de baixas contábeis chegam a US$ 1 trilhão e, o pior, é que nem tudo está nos balanços ¿ comenta Nelson Carneiro, economista da Austin Rating. ¿ A lei americana permite que os bancos diluam baixas contábeis em vários trimestres, o que está ocorrendo.

No que se refere à exposição dos bancos, diz o economista, a falta de clareza impera. A primeira vítima fatal desta crise foi o banco americano Bear Stearns, comprado pelo JP Morgan às portas de quebrar.

Grandes instituições americanas como o Citigroup, o Wachovia e o Merrill Lynch, amargam prejuízos em seus balanços. Só no segundo trimestre, o Citi registrou um prejuízo de US$ 2,5 bilhões, frente a um lucro de US$ 6,23 bilhões em igual período do ano passado.