Título: Máquina pública trabalha na campanha de Campos
Autor: Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 10/03/2006, País, p. A5

A máquina municipal de Campos entrou de vez na campanha do prefeito Alexandre Mocaiber (PDT). Ex-presidente da Câmara dos Vereadores, Mocaiber assumiu o comando da cidade há 9 meses, depois de a Justiça Eleitoral invalidar a eleição de 2004. Ontem, o JB flagrou a Secretaria de Saúde entregando uma ambulância nova na praça central do distrito de Caxeta, a apenas três dias da eleição. Na pressa, o veículo ainda estava sem placa e a cama envolvida no plástico. No local, a 20 minutos do centro, dezenas de correligionários de Mocaiber, vestindo camisas com o número 12, do PDT, festejavam. O diretor de Transporte da Secretaria Municipal de Saúde, Olavo Júnior, confirma a entrega sistemática de ambulâncias nos últimos meses, e a quantidade nesta semana:

- Compramos 40 novas ambulâncias. Nesta semana, serão 10 e, dentro de 15 dias, mais 10. As outras 20 foram entregues há três meses. Infelizmente calhou de ser na época da eleição - alega.

O pleito está polarizado entre o candidato do casal Garotinho, Geraldo Pudim (PMDB), e o atual prefeito. A entrega das outras 10 ambulâncias deve coincidir com a data do segundo turno. O secretário de Comunicação, Roberto Barbosa, afirma que o cronograma já estava previsto e não é ilegal. Ele ressalta a ausência do prefeito nos eventos.

A eleição de Campos, em 2004, foi pautada por denúncias de uso das máquinas públicas estadual e municipal. Neste ano, o presidente do PMDB no Rio, Anthony Garotinho, preferiu se afastar da disputa em sua terra natal, temendo uma possível derrota. Correligionários do PDT denunciam, porém, o excesso de propaganda e cabos eleitorais do PMDB. Segundo o PDT, Pudim estaria colocando outdoors de sua campanha ao lado daqueles do governo do estado.

Todos os envolvidos têm recorrido à Justiça. Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral negou o pedido do prefeito eleito em 2004, Carlos Alberto Campista (PDT), em uma última tentativa de impedir as eleições deste domingo. Durante a semana, PDT, PSDB, PT e PV pediram ao presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, Marlan Marinho, a convocação de tropas do exército. O pedido foi negado, já que os juízes eleitorais consideraram o clima normal. Ontem, ele se reuniu com o comandante da Polícia Militar, Hudson Aguiar, e com o secretário estadual de segurança, Marcelo Itagiba e ficou definido que 2.500 PMs vão patrulhar a cidade durante a eleição. O efetivo é o dobro do que usualmente atua no município. A Polícia Federal dará reforço com 110 agentes.