Título: Do Planalto ao Bandeirantes
Autor: Paulo Celso Pereira
Fonte: Jornal do Brasil, 10/03/2006, País, p. A5

Às vésperas do encontro da cúpula tucana em São Paulo para tentar bater o martelo sobre quem será o candidato do PSDB às eleições presidenciais, os dois pré-candidatos, o prefeito José Serra e o governador Geraldo Alckmin adotaram o silêncio. O único assunto que veio à tona ontem foi a discussão sobre a disputa estadual. A possibilidade de que o prefeito José Serra seja candidato a suceder o governador Geraldo Alckmin no Palácio dos Bandeirantes, que antes era considera absurda por alguns tucanos, ganhou corpo ontem. O ex-ministro e pré-candidato a sucessão estadual Paulo Renato assumiu que retira sua postulação caso Serra aceite a indicação.

O ex-ministro justifica sua decisão por uma mudança de rumos nos cenários federal e estadual do PSDB, que atropelou sua iniciativa de sair candidato ao Palácio dos Bandeirantes.

Ontem, Serra compareceu à abertura da 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Como se fosse um pop-star da literatura. O foco se voltou para a fala do pré-candidato à Presidência da República. Ao lado do presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Oswaldo Siciliano, do secretário de Educação do Estado, Gabriel Chalita, e da diretora executiva da Biblioteca Nacional, Célia Portela, Serra, em seu breve discurso, não perdeu a oportunidade de, mesmo que sutilmente, alfinetar seus adversários.

- Não adianta dizer que faz isso ou aquilo, falar um monte de siglas. Tem é que estruturar o ensino - comentou Serra, após a fala de Chalita - representante de Alckmin no evento - que tinha enumerado programas e siglas de fomento à leitura minutos antes.

O ministro da Educação Fernando Haddad, revelou que, em parceria com as pastas da Cultura e das Relações Exteriores, estão criando o Instituto Machado de Assis para desenvolver a língua portuguesa e sua difusão.