Título: Polêmica em torno da avaliação
Autor: Branca Nunes e Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 10/02/2006, Rio, p. A8

Segundo a avaliação de especialistas, o desempenho do aluno na prova do Enem não significa necessariamente maior qualidade da escola. Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Estatísticas Educacionais (Inep), Reynaldo Fernandes, o aluno já ingressa nas instituições de ensino com uma determinada bagagem cultural. Portanto, a melhor forma de avaliá-las deveria ser através da quantidade de conhecimento que elas são capazes de agregar. - A única forma de saber se -uma escola é boa ou não é medindo quanto conhecimento ela foi capaz de acrescentar ao aluno. O Enem não foi feito para servir como um ranking, mas para ser um instrumento de auto-avaliação do aluno, principalmente com relação ao ingresso nas universidades. Setenta por cento dos estudantes que prestam o Enem têm como objetivo entrar no ensino superior - afirmou Reynaldo.

Na opinião do Presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Particular do Município do Rio, Edgar Flexa Ribeiro, o Enem, além de não servir para avaliar a qualidade das escolas, não é um critério para a avaliação da inteligência do aluno.

- O Enem avalia os estudantes através de critérios gerais e não vê a particularidades de cada um. Se uma pessoa vai bem em matemática ou química, por exemplo, isso não determina o seu grau de conhecimento. É apenas uma parte da educação - acredita Edgar.

Questionado sobre o desempenho das escolas estaduais, que aparecem bem abaixo das instituições particulares, o secretário estadual de educação, Cláudio Mendonça, defende a qualidade do ensino público:

- O Enem avalia 271 das 938 escolas estaduais. Não é critério para avaliação do ensino. Para determinar as diretrizes, usamos o Programa Nova Escola, que este ano avaliou 975 mil alunos.

Em sua 8ª edição, o Inep disponibilizou pela primeira vez o site www.inep.gov.br, que permite conferir o desempenho das instituições de ensino no exame.