Título: Sindicato culpa Cesar Maia pelo surto
Autor: Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 05/02/2006, Rio, p. A25

Diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência (Sindsprev-RJ), Isaac Loureiro Júnior, culpa o prefeito Cesar Maia pelo surto de dengue na Zona Oeste da cidade. Segundo ele, os 922 casos de dengue - estatística da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) até a última sexta-feira - poderiam ter sido evitados com o reforço dos 5.321 agentes reintegrados do Fundo Nacional da Saúde (Funasa). Recusados pela Prefeitura do Rio, os mata-mosquitos foram lotados em municípios da Baixada Fluminense. - Enquanto no Rio existe uma carência de 1.800 agentes, em Nova Iguaçu, que comporta 700 profissionais, há 1.300 agentes reintegrados - compara Júnior.

A assessoria de imprensa da SMS explicou que a prefeitura recusou os agentes reintegrados por causa da instabilidade profissional. Apesar do excesso de agentes nos municípios da Baixada Fluminense, Júnior informa que as condições de trabalho se assemelham às do Rio. O diretor do Sindsprev lembra que, em Nova Iguaçu, um agente chega a dividir a mesma bolsa de trabalho com outras três pessoas. A principal diferença entre os mata-mosquitos dos municípios e os da Funasa é o salário. Enquanto agentes contratados pelas prefeituras da Baixada ganham R$ 300, os mata-mosquitos da Funasa recebem R$ 1.800.

Para protestar contra as condições de trabalho e pedir apoio aos parlamentares para a contratação dos agentes reintegrados, os mata-mosquitos vão fazer um ato público em frente a Central do Brasil no dia 9.

- Também estamos preparando uma ação civil pública para responsabilizar o prefeito do Rio pelo surto de dengue na cidade - adianta Júnior.

A Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde informou que 12,6 mil profissionais atuam no controle da dengue no estado, número considerado suficiente para as ações contra a doença.