Título: Danos à imagem da cidade
Autor: Waleska Borges
Fonte: Jornal do Brasil, 18/11/2004, Rio, p. A13

Os casos de violência no Rio estarão em debate, hoje, na sede do Ministério Público Federal. Para apurar o descaso das autoridades públicas com a imagem do Rio, o procurador da República Maurício Andreiuolo - que atua na preservação do patrimônio cultural nacional - instaurou um inquérito civil público. Segundo o procurador, após a conclusão das investigações, há a possibilidade de ser pedido aos poderes federal, estadual e municipal a criação de uma Agência de Gerenciamento de Crise de Imagem. De acordo com o procurador, a audiência pública foi deflagrada depois do arrastão na Praia do Leblon, em setembro.

- Um arrastão tem efeito degradador e imensurável para a imagem do Rio, principalmente no exterior. Além do efeito turístico negativo, há a repercussão com o cidadão carioca que está acuado - explica Andreiuolo.

Para o procurador, a governadora Rosinha Matheus e o prefeito Cesar Maia devem ser responsabilizados por danos à imagem da cidade. Ele cobra mais empenho das autoridades quando ocorrem casos de violência de grande repercussão. Segundo o procurador, de acordo com o artigo 216 da Constituição, todos os poderes públicos são responsáveis pelo patrimônio cultural através de vigilância.

- O carioca não agüenta mais esse jogo de empurra das autoridades, que querem transferir o problema. O medo de sair de casa afeta desde o morador da favela até o da Zona Sul - critica o procurador.

Segundo o procurador, os depoimentos da audiência pública serão filmados e servirão de provas no inquérito civil público.

- O objetivo é condenar as entidades públicas por omissão com o patrimônio cultural - explica o procurador.

A audiência civil pública está programada para as 14h30, no auditório do Ministério Público Federal, na Avenida Nilo Peçanha, Centro.