Título: Furlan volta a criticar recuo do PIB
Autor: Rafael Rosas
Fonte: Jornal do Brasil, 09/12/2005, ECONOMIA & NEGÓCIOS, p. A17

Ministro defende saldo comercial menor

Um dia depois de a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ter voltado a criticar a política econômica, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou que a queda de 1,2% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre não foi um ''acidente'' de percurso. Para ele, o retrocesso foi resultado do ''esforço deliberado de contenção de inflação'' e de ''medidas monetárias para que esfriasse a economia''. Questionado sobre o que foi pior para a economia em 2005, os juros altos ou a valorização do real, Furlan disse que, para o mercado interno, ''certamente foram os juros'', enquanto que para as exportações, o câmbio. - Estamos com um afunilamento de vendas no mercado interno pelo custo financeiro e, na exportação, pela rentabilidade - avaliou. Segundo o ministro, o Brasil não precisa de US$ 44 bilhões de superávit comercial. - Em condições normais, com taxas de juros caindo, se tem uma demanda menor de superávit e poderíamos estar tranqüilamente na casa dos U$ 20 bilhões - disse. Para ele, o ''esfriamento'' da economia, decorrente das elevadas taxas de juros, derrubou as importações e causou o superávit acima do previsto. Ontem, Dilma Rousseff divulgou nota em que afirma que não há discussões no governo sobre alterações na meta de superávit primário de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB) definida para 2006. Na quarta-feira, Dilma afirmou que ''espera'' a redução do superávit ''desde que você tenha um aumento do PIB, desde que tenha uma queda da taxa de juros''. Na nota, Dilma esclarece que, ''considerou como hipótese de longo prazo a redução do superávit fiscal, dependendo, naturalmente, dos indicadores da economia''.