Título: Brasil passa México em atração
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Fonte: Jornal do Brasil, 30/09/2005, Economia & Negócios, p. A20

O Brasil recebeu em 2004 US$ 18,166 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED), o chamado investimento produtivo, o que fez o país subir cinco posições no ranking das nações com maior fluxo de entrada de recursos, alcançando a 10ª posição. Entre os emergentes, o Brasil pulou para o terceiro lugar, ultrapassando o México, o que garantiu a liderança entre os latino-americanos. Os dados são do Relatório Mundial de Investimentos em 2005, divulgado ontem pelo braço das Nações Unidas (ONU) para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad, na sigla em inglês). O salto do Brasil foi de 78%, já que em 2003 o país havia recebido US$ 10,1 bilhões em recursos.

A América Latina e o Caribe viram o fluxo de investimentos estrangeiros crescer 44%, para US$ 68 bilhões, no primeiro aumento para a região em quatro anos. Os países em desenvolvimento, em geral, receberam US$ 233 bilhões no ano passado, um aumento de 40%.

O aumento dos investimentos estrangeiros entre esse grupo de países seguiu a tendência mundial. O volume global de IED voltou a crescer depois de três anos e chegou a US$ 648 bi, 2,43% a mais do que em 2003.

Outra vez a China foi o país em desenvolvimento que mais atraiu investimentos estrangeiros, com o valor recorde de US$ 60 bilhões, seguida por Hong Kong, Brasil, México e Cingapura. Segundo a Unctad, o aumento do fluxo de IED para economias em desenvolvimento é uma tendência que deve continuar nos próximos anos.

- As empresas transnacionais estão procurando aumentar a competitividade ao expandir seus negócios em mercados que estão crescendo rapidamente em economias emergentes - afirmou a coordenadora do levantamento da Unctad, Anne Miroux.

Sete dos dez países que registraram maior crescimento em novos negócios estrangeiros são economias em desenvolvimento, enquanto os dez países que sofreram maior queda em IED no ano passado são ricos.

No geral, porém, os EUA continuam sendo o país que mais atraiu investimento estrangeiro. Em 2004, a alta foi de 62%. Os americanos ficaram com US$ 95,9 bilhões dos novos negócios. Na União Européia, os investimentos caíram 40%, nível mais baixo desde 1998.