Título: Aceno do governo à PF
Autor: Oliveira, Priscilla ; Batista, Vera
Fonte: Correio Braziliense, 27/09/2012, Economia, p. 13

Ministro da Justiça diz que está disposto a discutir a reestruturação da carreira com policiais em greve há 51 dias

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, voltou a afirmar que está disposto a negociar um plano de reestruturação da carreira com os policiais federais. "O governo está sempre aberto ao diálogo, mas em relação a 2013 nada mais pode ser feito, o que não afasta discutirmos as propostas que a categoria tem do ponto de vista da sua carreira." Cardozo lembrou também que as discussões de reajustes para 2013 foram encerradas em 31 de agosto e que "praticamente a maior parte do funcionalismo aceitou o acordo proposto" — de 15,8% divididos em três anos.

Entre as carreiras da Polícia Federal, aceitaram a oferta do governo os delegados, os peritos e os agentes administrativos. Agentes, papilocopistas e escrivães ficaram de fora e continuaram o movimento grevista, que chegou ontem aos 51 dias. O ministro afirmou que a paralisação é parcial e lembrou que os dias não trabalhados serão descontados.

Cautela O aceno do ministro da Justiça foi analisado com cautela pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). "Se o governo tivesse mantido as negociações, que vinham sendo feitas há dois anos e meio, sequer entraríamos em greve. Vamos aguardar o comunicado oficial e discutir em assembléia", disse Paulo Poloni, vice-presidente da Federação Nacional dos Policiais Federias (Fenapef).

Ele contou que a entidade chegou a sugerir ao Ministério do Planejamento que o reajuste linear de 15,8% oferecido a todos os servidores seria bem-vindo se fosse a título de primeira parcela para a reestruturação da carreira. Mas a ideia foi descartada pelo governo.

» Petroleiros param 24 horas

Os petroleiros fizeram ontem uma greve nacional de advertência de 24 horas. O movimento contou com a adesão total do pessoal de turno e de 80% dos trabalhadores da área administrativa da Petrobras e suas subsidiárias, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa 12 dos 17 sindicatos da categoria. Eles reivindicam aumento real de 10% nos salários. Por enquanto, a paralisação conseguiu o objetivo: causar impacto político e não na produção da empresa. Porém, se até amanhã a estatal não retomar as negociações, corre o risco de ver o movimento se estender por tempo indeterminado. No dia 28, o Conselho Deliberativo da FUP se reúne para discutir um calendário de luta mais contundente.