Correio braziliense, n. 20344, 01/02/2019. Política, p. 6

 

"Ansioso", Bolsonaro define reestruturações

01/02/2019

 

 

O presidente Jair Bolsonaro assinou, ontem, decretos que estabelecem a estrutura regimental do Ministério da Economia, da Casa Civil, da Secretaria de Governo, da Vice-Presidência da República e da Controladoria-Geral da União (CGU). O chefe do Executivo está internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, se recuperando de uma cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal. O Palácio do Planalto montou um gabinete especial na unidade hospitalar para o presidente conseguir despachar.
Segundo o porta-voz do governo, Otávio do Rêgo Barros, os decretos tratam de casos específicos. Em relação ao Ministério da Economia, servirá para manter funções gratificadas e de confiança na estrutura da Receita Federal até 31 de julho de 2019. Sobre a Casa Civil e a Secretaria de Governo, as normas foram editadas para evitar conflitos de competência.
Já no caso da CGU, trata-se de autorização proposta para o Programa de Integridade, conforme recomendações da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O objetivo é construir planos efetivos com mecanismos e procedimentos internos claros para prevenir, detectar e remediar práticas de corrupção, fraudes, irregularidades e desvios éticos e de conduta.
De acordo com o porta-voz, Bolsonaro segue apresentando boa evolução clínica. Não há registro de febre nem infecção. “”Está ansioso para voltar ao combate”, afirmou Rêgo Barros.

Boa evolução
Bolsonaro recebeu alta na quarta-feira da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após a cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal e de retirada da bolsa de colostomia, realizada na segunda-feira.
No boletim divulgado ontem, a equipe médica informou que o presidente mantém boa evolução clínica, sem febre ou outros sinais de infecção. “Não há disfunções orgânicas, e os exames laboratoriais estão estáveis. Continua em jejum oral, recebendo os nutrientes por via endovenosa”, afirmam os médicos Antônio Luiz Macedo, Leandro Echenique e Miguel Cendoroglo.


Agradecimento à rainha
Jair Bolsonaro agradeceu, pelo Twitter, a mensagem que a família real britânica emitiu em solidariedade à tragédia de Brumadinho. “Obrigado pelas palavras, Rainha. Deus abençoe o Brasil e o Reino Unido”, escreveu o presidente em português e em inglês, seguido de uma mensagem do perfil oficial da família real britânica. No comunicado, a rainha Elizabeth II escreveu que ela e o príncipe Philip ficaram “profundamente tristes ao saber da devastação e da perda de vidas”, após o rompimento da barragem da Vale na cidade mineira. “Nossos pensamentos e orações estão com todos aqueles que perderam entes queridos e aqueles cujos lares e meios de subsistência foram afetados”, escreveu a rainha.

“Vi bem o estrago que fizeram nele”
O vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro, publicou, ontem, em sua conta do Instagram, uma foto em que aparece, ao fundo, o presidente Jair Bolsonaro no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. A imagem foi feita enquanto o chefe do Executivo passava por uma sessão de cicloergômetro, segundo explicação do filho, uma sessão de fisioterapia utilizada para fortalecer os músculos das pernas. “Pude acompanhar não só a primeira (cirurgia) como esta última e vi bem o estrago que fizeram nele”, escreveu Carlos. Ele também definiu como “chocante” o número de aderências no intestino de Bolsonaro, motivo que levou à realização de um procedimento de duração de sete horas, maior do que o previsto. “O progresso requer cuidados e precisamos ver seu intestino funcionando. Está cada dia melhor e mais forte, mesmo após essa última e delicadíssima cirurgia”, postou.