Correio braziliense, n. 20265, 14/11/2018. Política, p. 3

 

Trabalho vai manter status de ministério

Lucas Valença, Camilla Venosa e Hamilton Ferrari 

14/11/2018

 

 

O Trabalho seguirá com a importância de um ministério, mesmo que integre outra pasta, garantiu o presidente eleito, Jair Bolsonaro. A área, que antes se tornaria uma secretaria, manterá o status de ministério. Outra mudança de rumo anunciada pelo pesselista foi deixar o ensino superior nas mãos do Ministério da Educação, em vez das Ciência e Tecnologia, como defendido anteriormente.

“Ninguém está menosprezando o Ministério do Trabalho, apenas será absorvido em outra pasta. Vai continuar com o status de ministério, não vai ser secretaria, não”, declarou Bolsonaro, em entrevista no Superior Tribunal Militar (STM). Ele também refutou a hipótese de que a titularidade do Trabalho seja aglutinada ao Ministério da Economia. Para Bolsonaro, a união poderia gerar um problema futuro com a quantidade de demanda administrada por apenas um ministro. “Indústria e Comércio já estará no superministério de Paulo Guedes, botar mais o Trabalho, acho que fica meio pesado”, ponderou. Além de Indústria e Comércio, o superministério da Economia contará com a Fazenda e o Planejamento.

Ainda na campanha, Bolsonaro declarou que o governo contaria com 15 ministros na esplanada. No entanto, ao longo do governo de transição, a quantidade tem sido reajustada. “Se tiver que aumentar mais um ou dois, que aumente. O que não pode é prejudicar a administração da nação por fixar um número. Já está em 17, mas já adianto que talvez chegue a 18”, defendeu o futuro presidente.

Sobre o Ministério do Trabalho, Bolsonaro defendeu mudanças na legislação para minimizar o desemprego. Ele acenou, em visita ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), para uma cooperação com os integrantes da Corte. “O Brasil enfrenta um problema seríssimo de emprego. O que nós pudermos, em conjunto, aperfeiçoar na legislação para que esse impasse seja resolvido, contem comigo”, afirmou.

 

Economia

Diante da necessidade de organizar as novas estruturas de governo, a equipe de transição conversou com integrantes do governo atual para entender como será a mudança de ministeriado. O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, e o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, participaram dos encontros. Segundo Colnago, o próximo governo terá que ajustar o orçamento para adequar às novas pastas que estão sendo anunciadas. “Destacamos a importância de, o mais rápido possível, definir aquilo que está maduro em termos de estrutura”, afirmou.

Ontem à noite, o Ministério do Planejamento publicou os documentos entregues à equipe de transição. Entre os temas, estão a remuneração de servidores, as reformas e a privatização da Eletrobras. A equipe de transição está mais preocupada, porém, em barrar possíveis votações no Congresso de “pautas-bombas” para a economia. Tanto é que o assunto foi discutido por Paulo Guedes e os presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE). O atual ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, também participou do encontro.