Correio braziliense, n. 20131, 04/07/2018. Economia, p. 7

 

Gasolina volta a subir nos postos do DF

Bruno Santa Rita

04/07/2018

 

 

CONJUNTURA » Petrobras aumenta, pela segunda vez, em menos de uma semana, o preço do combustível nas refinarias. No Plano Piloto, o produto é vendido por até R$ 4,79

Quem não aproveitou esse soluço na alta do preço dos combustíveis deve correr, pois a Petrobras anunciou novo aumento da gasolina nas refinarias e os postos do DF já começaram a remarcar. Os valores que na última sexta-feira foram acrescidos de 1,23% nas distribuidoras, sofreram nova elevação ontem, de 1,01%. Dez dos 30 estabelecimentos pesquisados pelo Correio já subiram os preços. Até os da EPTG, que vendiam o litro a R$ 4,15, em 29 de junho, elevaram o valor para R$ 4,29, uma alta de 3,4%.

No Plano Piloto, é possível encontrar a gasolina sendo vendida por R$ 4,79. No entanto, na maior parte dos postos pesquisados na Asa Norte e Asa Sul, os preços se mantêm por volta de R$ 4,38. Com a volatilidade do dólar e da commodity, a dica continua sendo procurar pelos preços mais baixos. Segundo a sócia da área de defesa da concorrência do L.O. Baptista Advogados, Patrícia Agra, essa postura estimula a concorrência. “O melhor jeito para o consumidor se defender é na concorrência. Isso gera preço baixo”, explicou.

Surpresa

A servidora pública Fabiana Conte, de 32 anos, já começou a refazer sua planilha de gastos com os novos preços da gasolina. Ela vê com surpresa a alta nos preços após a greve. “Eu achei que ia baixar não só o valor do diesel, como o da gasolina. Acho que eu estava errada”, lamentou. Fabiana dirige um Suzuki Jimny amarelo que comprou para fazer viagens em estrada de terra e trilhas. “Eu costumava usar esse carro para fazer muitas trilhas. Com o preço da gasolina, comecei a cortar as viagens. Agora, vou cortar mais ainda”, lamentou.

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Concessão será modelo

Simone Kafruni

04/07/2018

 

 

A Agência Nacional de Transportes Terrestresa (ANTT) publicou ontem, no Diário Oficial da União, o edital de concessão da Rodovia de Integração do Sul (RIS), a BR-101/290/386/448, que liga Carazinho a Torres, no Rio Grande do Sul, passando por 32 municípios do estado, inclusive a capital Porto Alegre. A expectativa é de investimentos de R$ 7,8 bilhões e custos operacionais  de R$ 5,6 bilhões, somando R$ 13,4 bilhões em aportes, e geração de 4 mil empregos diretos e 8 mil indiretos.

O mais importante do edital, que passou por longos estudos antes da publicação, é que a nova modelagem servirá de exemplo para as futuras concessões rodoviárias, explicou José Carlos Medaglia, secretário adjunto do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI). “A discussão envolveu técnicos e a sociedade para construir o melhor modelo”, disse. O secretário de Fomento e Parcerias do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação, Dino Batista, afirmou que o edital é “apenas o primeiro de uma sequência”.

A concessão da RIS tem 473,4 quilômetros de extensão em um trecho por onde passam 70% da economia riograndense. O leilão foi marcado para 1º de novembro de 2018. De acordo com o edital, a tarifa teto definida é de R$ 7,24 para cobrança nos dois sentidos da rodovia. Serão sete praças de pedágio e 30 anos de concessão.

O diretor-geral da ANTT, Mario Rodrigues, explicou que o contrato com a Concepa, atual concessionária da BR-290, venceu ontem e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) assumiu a rodovia. Às 20h de ontem, as cancelas dos pedágios da BR-290 foram suspensas.

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Planejamento quer centralizar gestão

Vera Batista

04/07/2018

 

 

O Ministério do Planejamento vai centralizar todos os serviços de gestão de aposentadorias e pensões. Um decreto com novas regras para o Sistema de Pessoal Civil (Sipec) será publicado no Diário Oficial da União (DOU). O objetivo, de acordo com o órgão, é proporcionar ganhos de produtividade, de eficiência e de escala nos processos, além de permitir melhor programação do orçamento. Atualmente, aproximadamente 20 mil servidores trabalham especificamente nessa área em 1,1 mil unidades de pagamento no país.

“A centralização vai permitir a padronização dos processos, redução do retrabalho e otimização dos recursos públicos. Com este projeto, os órgãos poderão direcionar seus servidores para atuar nas áreas finalísticas, melhorando assim o atendimento à população”, explicou Augusto Chiba, secretário de gestão de Pessoas do MP. A transferência dos dados e a migração das estruturas organizacionais não serão imediatas. Os órgãos vão prestar apoio técnico e operacional ao Planejamento até a completa transferência dos serviços e das atividades.

De acordo com Painel Estatístico de Pessoal (PEP), destacou o Planejamento, existem atualmente no Poder Executivo 400.067 aposentados, 240.445 pensionistas e 635.731 servidores ativos. O público desse projeto, portanto, é de 640.512 pessoas, quantidade maior do que os que estão trabalhando. Para a tarefa, o ministério não informou quantos servidores serão transferidos e quantos vão para as áreas finalísticas, com potencial de ocupar funções vagas e suprir as necessidades de concurso público. Especificou, apenas, possibilidade de “redução do quantitativo necessário em unidades de gestão”.

O funcionalismo, por outro lado, vê a centralização com reservas. Para Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em finanças públicas, o assunto não é novo. A cada governo, “há uma tentativa de ampliação de poder”, sem debate ou avaliação dos que efetivamente fazem a máquina andar. “O servidor, em geral, não gosta de centralização, porque as relações com a administração ficam embaraçadas e perdem a agilidade.”