Título: Disputa pelo Bird
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Fonte: Correio Braziliense, 13/04/2012, Economia, p. 10

Embora não tenha recebido apoio oficial do governo brasileiro, o colombiano José Antonio Ocampo, candidato à presidência do Banco Mundial (Bird), afirmou ontem que o Brasil é um dos agentes mais importantes no projeto de se lançar uma candidatura única dos países emergentes ao comando da instituição multilateral. "Se não fosse pelo Brasil, eu não estaria aqui", disse, após reunião de pouco mais de uma hora com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Como as indicações para o Bird geralmente são feitas pelos Estados Unidos, Ocampo destacou que entrou na disputa para "mudar o sistema". "Nós, dos países em desenvolvimento, sabíamos que estávamos em condição difícil quando entramos nessa competição. Esse sistema tem de mudar. É uma forma antidemocrática de eleger representantes do Banco Mundial", criticou.

Por causa situação econômica sólida que o Brasil tem apresentado em meio à crise mundial, os candidatos à presidência do Bird estão correndo para pedir apoio à equipe da presidente Dilma Rousseff. No início do mês, Mantega recebeu o candidato americano, Jim Yong Kim, e defendeu uma reforma do banco que ofereça maior representatividade às economias emergentes. Mantega disse ainda que espera um acordo com os Brics (grupo que reúne, além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para definir apoio a um aspirante. Ontem, Ocampo adiantou que, até segunda-feira, esse nome deve estar definido.

Além de José Antonio Ocampo e Jim Yong Kim, a ministra das Finanças da Nigéria, Ngozi Okonjo-Iweala, está na disputa. Prevista para este mês, a eleição do sucessor do atual presidente, Robert Zoellick, será realizada por meio de votação dos 25 diretores executivos do Banco Mundial, que representam os 187 países-membros. (CB)