Título: Presidente defende medida
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Fonte: Correio Braziliense, 17/02/2012, Economia, p. 11

Dilma afirmou que a tesourada no Orçamento tem o objetivo de ampliar os investimentos no país

A presidente Dilma Rousseff destacou ontem que o corte de R$ 55 bilhões no Orçamento de 2012, anunciado na quinta-feira e que passa a vigorar a partir de hoje, tem como objetivo ampliar os investimentos no país. A finalidade do ajuste fiscal, lembrou a presidente, é garantir crescimento econômico, reduzir os juros e preservar os investimentos. O corte foi 10% maior do que os R$ 50 bilhões anunciados no ano passado.

"O governo fez um esforço muito grande no sentido de aumentar e ampliar a consolidação fiscal que tem sido uma característica desde o primeiro ano do meu governo no sentido de procurar uma relação diferente entre política fiscal e política monetária", disse Dilma, ontem, durante cerimônia de assinatura da ampliação fiscal aos estados de Santa Catarina, Goiás e Rio Grande do Norte. "O que nós procuramos hoje nas finanças públicas e no nosso manejo do Orçamento é ampliar a capacidade de investimento, tanto da União como dos estados", afirmou.

No contingenciamento anunciado anteontem, os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa, Minha Vida e Brasil sem Miséria, programas-chave do governo, foram preservados. Durante a cerimônia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que a ampliação fiscal já foi renegociada com 20 estados e chegou a R$ 41 bilhões em créditos para empréstimos para projetos já aprovados, principalmente, em infraestrutura, nestes 14 meses de gestão do país. "É o maior volume de crédito já concedido por um governo nesse curto espaço de tempo. Esses créditos ajudarão a estimular a economia", afirmou Mantega.

Padilha conformado O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, evitou criticar o corte de R$ 5,4 bilhões nos recursos federais para a pasta. Ele afirmou que o órgão ainda terá o maior orçamento da história, com aumento de 17% em relação ao do ano passado, e o maior volume de recursos desde 2000. A Saúde foi o ministério mais afetado pelo contingenciamento anunciado anteontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, e pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior.

O volume de recursos do organismo foi reduzido de R$ 77,5 bilhões para R$ 72,1 bilhões. "Sabemos que a saúde precisa de mais recursos, mas, no papel de ministro, tenho que fazer mais com o que nós temos", afirmou Padilha, ontem, durante o programa Bom dia, ministro, da EBC. Ele destacou ainda que, apesar do corte, o volume de recursos destinados à área de saúde este ano é maior do que o previsto pela Emenda Constitucional 29 como contribuição obrigatória por parte do governo federal. (HH)