O Estado de São Paulo, n. 44944, 05/11/2016. Política, p. A4

Afastada da liderança, Rose vai cobrar Temer

 
Andreza Matais
Marcelo de Moraes

 

A senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) vai procurar o presidente Michel Temer na segunda para pedir uma explicação sobre sua destituição da liderança do governo no Congresso. A pessoas próximas, ela afirma que soube pela imprensa que será substituída pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). Uma das poucas mulheres a assumir cargos na gestão Temer, Rose diz ter aprovado todas as medidas de interesse do governo. Apesar de ter sinalizado desejo de deixar a liderança, ela diz que não colocou o cargo à disposição e considera ter sido atropelada.

 

» Eu, hein. Magoada com o tratamento, a senadora relatou a interlocutores ter conversado com Temer com frequência, mas que ele não mencionou nada sobre o assunto. O Planalto diz que Temer vai procurá-la na próxima semana.

» Recomeço. Das grandes empreiteiras envolvidas na Lava Jato, a UTC foi a primeira empresa a abrir discussões com a antiga CGU para fechar acordo de leniência. Como as tratativas andam devagar, advogados abriram nova frente com a força tarefa e Curitiba.

» Sem dívidas. O governo convocou os assessores de orçamento de deputados e senadores, incluindo os da oposição, para avisar que vai quitar até o final do ano todos os restos a pagar. Alguns têm emendas em aberto desde 2011.

» Novo estilo. Quem acompanha orçamento há anos diz que a gestão Temer acabou com a troca de emendas por votos, uma vez que os pagamentos estão sendo feitos em dia. De uma tacada, governo agrada a todos.

» Paquera. Tucanos importantes avaliam que, se a amizade entre Aécio Neves e José Serra virar namoro, Geraldo Alckmin precisará procurar outro partido se quiser disputar a Presidência em 2018. Aécio e Serra vão se reunir em São Paulo neste sábado.

» Troco. Além da união de dois pesos pesados do PSDB do lado oposto, Alckmin precisará administrar feridas que continuam abertas no partido pelo processo de escolha de João Doria para a Prefeitura.

» Missão. Depois de ser candidato a vice-prefeito na chapa derrotada de Marta Suplicy, Andrea Matarazzo assumirá em janeiro o comando do PSD paulistano.

» Na sombra. Kassab vai se licenciar da função para abrir espaço para Matarazzo. O plano é que ele monte uma espécie de “shadow cabinet” e monitore os atos da gestão João Doria.

» CLICK. A última caixa de mudança que saiu do apartamento funcional de Eduardo Cunha em Brasília levava os vinhos Marques de Casa Concha do deputado cassado.

» Em campo. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, aproveitou a reunião do Conselho Agropecuário do Sul, no Paraguai, para fazer defesa das mudanças que ocorreram no Brasil.

» Punição. Para os colegas sul-americanos, abriu o verbo. “Temos problemas que muitos acham que são de ordem política, mas, na verdade, são de polícia. E polícia se resolve na polícia.”

» Quebrado. Questionado pelos parceiros continentais sobre as mudanças na economia brasileira, Blairo foi sincero ao falar como o governo encontrou o País: “Eu diria que chegamos ao fundo do poço”, afirmou. COM NAIRA TRINDADE E MARIANA DIEGAS.

(...)

FRENTE A FRENTE

Paulo Eduardo Martins

Deputado (PSDB-PR)

“Polícia Civil do Paraná prende integrantes da quadrilha MST em operação. Já era tempo. Para criminoso, lote é cela.”

 

Lindbergh Farias

Senador (PT-RJ)

“A polícia invade uma escola do MST sem mandado judicial e dando tiro. É o Estado de exceção nu e cru.”