Título: Quem invadiu o Blog do Planalto?
Autor: Amado, Guilherme
Fonte: Correio Braziliense, 28/11/2011, Política, p. 2

A Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) identificou que partiu de Mato Grosso do Sul o ataque de hackers ao Blog do Planalto, no feriado de 12 de outubro. Além dessa informação, porém, os responsáveis pela segurança da informação não conseguiram identificar a autoria dos ataques. Na ocasião, os invasores postaram na página uma foto em que manifestantes aparecem com vassouras, varrendo, simbolicamente, a corrupção. Publicaram também frases defendendo o voto aberto no Congresso e a Lei da Ficha Limpa, que impede a eleição de políticos condenados por órgão colegiado, além de referências a letras de Raul Seixas.

Durante a investigação, a Dataprev descobriu o endereço IP (combinação numérica que identifica o endereço da conexão) de onde partiu o ataque, mas emperrou na investigação. Segundo a Dataprev, caberia ao Centro de Tratamento de Incidentes de Segurança em Redes da Administração Pública Federal, vinculado Gabinete de Segurança Institucional (GSI), identificar o nome do autor da invasão, contatando o provedor do IP descoberto. Já o GSI afirmou que caberia ao órgão acionar a Polícia Federal, o que não foi feito. O empurra-empurra fez com que, até hoje, não se saiba quem atacou o Blog do Planalto.

Segundo o engenheiro da computação Joel Correia, da Diretoria de Infraestrutura da Dataprev, a brecha usada no ataque foi em uma configuração na ferramenta de publicação usada no blog, que não é própria do governo. O Blog do Planalto usa o Wordpress, um dos mais difundidos sistemas de postagem de blogs em todo o mundo, mas que não é totalmente seguro. "Era uma vulnerabilidade até então não mapeada, um plugin que foi colocado no blog e que nós não conhecíamos", explicou, defendendo que o invasor não teria tido acesso às informações do blog, tendo alterado apenas a primeira página.

Dos sites da Presidência, apenas o Blog do Planalto é hospedado pela Dataprev. "Nós o hospedamos porque éramos, na época da criação, os que poderiam criar a estrutura mais rapidamente", explicou Correia. O ataque do dia 12 não exigiu, segundo o engenheiro, um conhecimento técnico avançado. (GA)