Título: PF prende falsários
Autor: Martins, Victor
Fonte: Correio Braziliense, 13/11/2011, Economia, p. 17

Entre os casos de maior destaque investigados pela Polícia Federal está o da empresa Mundial, fabricante de produtos metálicos, cujas ações dispararam 1.400% de janeiro a julho deste ano. A PF também desbaratou quadrilhas envolvidas em fraudes de importação e em operações de troca e de remessa de dólares, fraudes tributárias e até situações mais sofisticadas, como o da operação Grammata, que investigou falsidade documental, estelionato e lavagem de dinheiro — o esquema prometia ganhos exorbitantes a investidores que aplicassem em títulos falsificados do Tesouro Nacional.

Quando o crime é praticado no mercado de capitais, a responsabilidade pela investigação cabe, em parte, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na maioria dos casos, os acusados têm procurado a CVM antes mesmo do julgamento para fechar acordos, pelo qual se comprometem a cobrir os prejuízos e tentam evitar o constrangimento de serem apontados como criminosos de colarinho branco. Em algumas situações, os culpados aparecem antes mesmo de haver denúncia.

"Os participantes do mercado de capitais que possam ter incorrido em algum desvio de conduta têm procurado a CVM cada vez mais cedo para tentar resolver a questão por meio da celebração de termo de compromisso", explica Alexandre Pinheiro dos Santos, procurador-chefe da Procuradoria Federal Especializada da CVM. Segundo ele, também é constante a troca de informações entre a CVM, a Polícia Federal e o Banco Central.