Título: Aposentados no sufoco
Autor: Hessel, Rosana
Fonte: Correio Braziliense, 07/09/2011, Economia, p. 9

O crédito consignado está perdendo o fôlego. Dados divulgados pela Previdência Social mostram que aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) estão pegando menos dinheiro emprestado nos bancos. O motivo vem de uma combinação indigesta: o elevado endividamento das famílias ¿ estima-se que 58% delas estejam nessa situação ¿ e as restrições impostas pelo governo para a expansão do crédito de financiamentos acima de 36 meses.

De acordo com a Previdência Social, aposentados e pensionistas tomaram em julho R$ 2,165 bilhões de empréstimo consignado. O volume financiado é 5,91% menor que os créditos com desconto em folha registrados no mesmo mês do ano passado. Na comparação com o mês de junho, quando os segurados pegaram nos bancos R$ 2,39 bilhões, a queda foi de 9,27%.

O recuo do consignado não se limitou ao valor dos créditos. Houve queda também no número de contratos assinados com as instituições financeiras. Em julho, foram firmados com os bancos 724.262 empréstimos consignados. Na comparação com o mesmo mês de 2010, a queda foi de 10,5%, passando para 12,03% se a comparação for feita com junho deste ano, quando os segurados assinaram com os bancos 823.268 contratos de financiamento.

As operações de crédito consignado vêm se concentrando na modalidade de empréstimo pessoal, cujos juros, de 2,34% ao mês, são mais baratos que os do cartão de crédito, a 3,36% ao mês. O segurado pode comprometer até 30% da renda líquida com o financiamento com desconto em folha ou até 20%, no caso de possuir um cartão de crédito e optar por gastar os 10% restantes com o pagamento mensal da fatura. Em julho, do total de operações feitas, 397.349 foram realizadas por segurados com renda de até um salário mínimo.