"Acredito que não haverá tempo de eu me manifestar pessoalmente, já que estou em viagem. Quero, portanto, registrar que o nome que eu indico, com apoio do PDT, é o de José Carlos Vasconcellos" ...

 

Faltou comunicação entre o governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) e o senador Cristovam Buarque (PDT), um dos principais entusiastas da aliança entre os dois partidos nas últimas eleições. A crise anunciada envolve a indicação do próximo secretário de Educação, que, por afinidade de ideais e projetos políticos, caberia a Cristovam. Até o momento, no entanto, o socialista não consultou o senador, apesar de ter marcado para a próxima segunda-feira o anúncio de quem será o gestor da pasta. Dois nomes já foram ventilados pela equipe de transição, mas não há definição. Alheio a isso, Cristovam indicou para o cargo o segundo suplente do senador eleito José Antonio Reguffe, José Carlos Vasconcellos, ambos do PDT. Contra Vasconcellos, no entanto, recai uma condenação do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Ele precisa devolver R$ 1,4 milhão à Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP).

 

Cristovam se manifestou sobre o assunto depois que o Correio publicou, ontem, reportagem em que a equipe do novo governador admite submeter o nome do novo secretário de Educação ao seu crivo. Mas o senador está no Japão, onde participa, como membro efetivo, do Conselho da Universidade das Nações Unidas. “Como a reportagem salienta que o anúncio do novo secretariado será na segunda-feira, acredito que não haverá tempo de eu me manifestar pessoalmente, já que estou em viagem. Quero, portanto, registrar que o nome que eu indico, com apoio do PDT, é o de José Carlos Vasconcellos”, diz o senador, em nota. O coordenador-geral da trannsição, Hélio Doyle, disse que Rollemberg não comentaria o caso.

 

Em 2012, o TCDF determinou que a empresa de Vasconcellos devolvesse aos cofres da FAP R$ 1,4 milhão, pois, à época, ele era sócio-proprietário da Gestão e Inteligência em Informática. A firma foi contratada, após licitação, pelo GDF para prestação de serviços e fornecimento de licenças de uso de ferramentas tecnológicas para gestão de projetos, governança de programas e gestão do projeto de internet pública sem fio no DF. 

 

O contrato, de R$ 5,7 milhões, foi celebrado via adesão à ata de registro de preços do Comando da Aeronáutica do Ministério da Defesa. Em julho passado, antes das eleições, a empresa de Vasconcellos pediu que o recurso contra a decisão do tribunal corresse em segredo, mas o pedido não foi aprovado pelos conselheiros. Em agosto, o tribunal rejeitou o recurso e determinou o pagamento solidário do débito sem chance de recursos junto ao órgão.