A forte chuva na noite de ontem no Distrito Federal provocou alagamentos e transtornos, principalmente na região central de Brasília. Algumas vias ficaram debaixo d’água, e o trânsito se complicou bastante nas asas Norte e Sul. O Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek ficou parcialmente fechado para pousos e decolagens e passou a operar por instrumentos a partir das 21h47. A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Santa Helena, na 516 Sul, alagou e parte do teto da enfermaria cedeu. A Chapelaria do Congresso Nacional alagou, e diversos pontos da cidade ficaram sem luz.

Quem estava nas salas de cinema do Pier 21, na L4 Sul teve de deixar o local a pedido da administração do estabelecimento. A diversão também foi interrompida para os frequentadores do Brasília Shopping e de um tradicional bar na 206 Sul. A água subiu até as cadeiras e arrastou algumas delas. Na 202 Norte, situação semelhante: uma banda de samba que iria se apresentar precisou cancelar o show por causa da enchente que tomou conta da rua em frente ao local da apresentação, que é aberto e utiliza parte da calçada para abrigar os clientes.

A grande quantidade de água assustou os motoristas que trafegavam pelo Plano Piloto. Na pista entre o Autódromo Internacional Nelson Piquet e o Detran, muitos veículos tiveram de parar no acostamento. O brasiliense fez fila para estacionar no meio da rua, esperando a trégua da chuva. Locais como postos de gasolina e canteiros no meio das vias serviram de abrigo para quem não quis atrapalhar o fluxo mas também preferiu não dirigir.

Aqueles que tiveram coragem de encarar a chuva trafegaram em baixa velocidade e com o pisca-alerta ligado. Muitos bueiros transbordaram. Houve engarrafamento no Eixão Norte. O Buraco do Tatu teve de ser interditado. Bairros como Guará, Sudoeste, Setor de Mansões Dom Bosco, Asa Norte e Asa Sul ficaram sem energia. Em alguns deles, o problema permaneceu por mais de quatro horas.

Alagamentos

Pelo menos duas tesourinhas ficaram praticamente submersas. Na da 111 Norte, o caso foi mais grave: dois veículos afundaram e a água subiu até o teto do túnel. Na 208 Sul, a água alcançou 1m de altura, o que provocou congestionamento. O mesmo aconteceu no início da L2 Sul, próximo ao Setor de Embaixadas Sul e ao prédio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A água também tomou conta do subsolo de dois prédios na Asa Norte, na 111 e na 202. Um edifício da 305 Sul também ficou nessa situação.

A Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital Santa Helena, localizado na 516 Norte, alagou. Além disso, partes do teto de uma das enfermarias cedeu e aparelhos foram danificados. Segundo informou a assessoria de imprensa, todos os pacientes da UTI foram realocados. O fosso do elevador do Hospital de Base também ficou cheio d’água e impossibilitou a utilização de uma das máquinas.

No Congresso Nacional, servidores que trabalham na entrada principal de senadores e deputados contaram que nunca viram nada parecido em 30 anos de serviço no local. A água invadiu o hall e chegou aos elevadores.

Segundo o Corpo de Bombeiros, as ocorrências mais solicitadas foram para liberar pessoas presas em seus veículos e auxiliar moradores de prédios que tiveram as garagens inundadas.