Título: Cetesb e ANP vão rever composição da gasolina
Autor: Andrea Vialli
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/08/2004, Meio Ambiente, p. A-8

A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) assinaram ontem, em São Paulo, um convênio para desenvolver estudos em conjunto para uma futura reformulação da gasolina distribuída no País.

As entidades serão parceiras também no licenciamento ambiental e controle das atividades de armazenamento e distribuição dos derivados de petróleo em todo o estado de São Paulo.

O convênio está previsto para vigorar pelos próximos cinco anos, e um grupo de coordenação formado por quatro técnicos irá traçar o roteiro de trabalho.

Trata-se do primeiro passo rumo a um panorama mais amplo sobre a influência da composição dos combustíveis na emissão de poluentes. Em outubro do ano passado, a Cetesb encaminhou à ANP um documento, de autoria do seu corpo técnico, solicitando mudanças na composição da gasolina brasileira. O objetivo seria diminuir a formação de poluentes fotoquímicos, em especial o ozônio (O3) nas regiões metropolitanas. O alvo eram as olefinas, hidrocarbonetos voláteis liberados na atmosfera com a evaporação da gasolina e decorrentes também de processos industriais.As olefinas correspondem a 30% da composição da gasolina brasileira, e a Cetesb propôs a diminuição gradativa desse teor até níveis entre 5% e 10%. Agora, em conjunto com a ANP, os técnicos irão avaliar não apenas como essa redução poderá ser efetuada, mas também o peso que os combustíveis têm sobre a qualidade do ar das regiões metropolitanas.

"Procuramos deixar claro que a melhoria do combustível brasileiro é fundamental dentro do contexto de busca por uma maior qualidade do ar nas grandes cidades", afirma Homero Carvalho, gerente da divisão de engenharia e fiscalização de veículos da Cetesb.

"Já tivemos progressos, como a retirada do chumbo da gasolina e a adição de álcool anidro a 25% na gasolina. Mas há mais a se avançar", observa o presidente da Cetesb, Rubens Lara. Na luta por um ar mais respirável, figuram iniciativas como o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), que deverá ser estendido para veículos pesados em sua nova fase (2009-2010) e os entendimentos com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para o desenvolvimento de motores mais eficientes. Um dos objetivos é diminuir a formação de poluentes como o ozônio