Título: Lula defende política de incentivos
Autor: Romoaldo de Souza
Fonte: Gazeta Mercantil, 07/10/2004, Nacional, p. A-5

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem a criação de incentivos para difundir o artesanato brasileiro no exterior, reconhecendo que "as coisas nem sempre são fáceis" de serem feitas, como regulamentar a profissão de artesão ou criar programas de governo para capacitar os profissionais que muitas vezes dependem do trabalho de Organizações Não Governamentais (ONGs) para participar de programas de capacitação. "Muitas vezes, entre a vontade política e as coisas se concretizarem, leva um tempo."

A artesã pernambucana Ana Maria Holanda pediu ao presidente atenção para políticas do artesanato, para que os profissionais tenham onde expor seus produtos e ter condições de competitividade. Segundo Ana Maria, além de incentivos, os artesãos querem o reconhecimento e a regulamentação da profissão.

Lula reconheceu que, no Brasil, "nem sempre temos políticas públicas oficiais para cuidar de setores da economia como o artesanato" e sugeriu ao ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, que se empenhe para que o Brasil seja mostrado lá fora não apenas pelas belas praias, mas também "o nosso artesanato" como fator de contribuição para a entrada de turistas no país.

"Essas coisas têm que ser mostradas porque, muitas vezes, mostramos apenas o que não temos como consertar", criticou Lula. Com isso, acredita o presidente, o Brasil deixará de ser um país em vias de desenvolvimento para ser um país definitivamente grande, respeitado e desenvolvido. Lula discursou na abertura da exposição de artesanato nordestino, na embaixada da Espanha. O programa Brasil-Espanha vai contribuir com mil toneladas de alimentos para o Fome Zero.