Título: Angra 3 obtém licença ambiental do Ibama
Autor: Oliveira,Ana Carolina
Fonte: Gazeta Mercantil, 05/03/2009, Brasil, p. A5

Brasília, 5 de Março de 2009 - O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) estabeleceu 44 condicionantes para conceder a licença ambiental de instalação para a usina nuclear de Angra 3. Esse documento é necessário para que as obras da usina possam começar. A licença foi concedida ontem depois que o Ibama entendeu que as 60 contrapartidas exigidas, em julho do ano passado, para a licença prévia para a instalação do canteiro de obras da usina foram cumpridas.

Entre as condicionantes está a exigência para que a Eletronuclear apresente em até 180 dias um cronograma para o projeto de construção de um depósito de longo prazo, onde serão colocados os rejeitos atômicos. Segundo o Ibama, a empresa já apresentou modelo que prevê a construção de depósitos secos para o lixo, que ficaria dentro de estruturas blindadas, porém em local ainda não definido.

Esta proposta estava no documento para emissão da licença prévia e foi mantida na licença de instalação, mas com algumas modificações. Na licença prévia emitida pelo Ibama, havia exigência para que esse depósito para os dejetos nucleares seja construído em caráter definitivo. Porém, o texto dessa condicionante da licença de instalação diz que esses rejeitos devem ficar armazenados por longo prazo e não mais definitivamente como queria o Ibama. O presidente do Ibama, Roberto Messias, explicou que, na prática, o lixo atômico será armazenado definitivamente, porque no depósito seco apresentado pela Eletronuclear o lixo poderá ficar armazenado entre 500 e mil anos.

Além disso, também foi cogitada a hipótese de reciclagem do material nuclear utilizado pela usina. "Não vale a pena jogar fora" disse o presidente. Segundo ele, o material nuclear reciclado pode ser reutilizado como combustível. A solução final para os resíduos, no entanto, só deverá ser apresentada daqui a cinco anos, com a obra concluída. "Nesses cinco anos, teremos uma avaliação mais clara sobre o que é uma solução de longo prazo e o que é uma solução definitiva", afirmou Messias.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Ana Carolina Oliveira)