Título: Atraso em entrega de equipamentos afeta produção e eleva déficit externo
Autor: Santos, Chico
Fonte: Valor Econômico, 05/09/2008, Brasil, p. A4

A divulgação da balança comercial de agosto, mostrando um déficit de US$ 5,5 bilhões no comércio de petróleo e derivados nos oito primeiros meses deste ano, reflete mais do que o aumento do preço internacional dos produtos. O número chama a atenção para o fato de que pelo menos desde 2004, quando apresentou queda de produção (3%) pela primeira vez em 14 anos, a Petrobras não consegue cumprir suas metas de produção de óleo.

O excesso de demanda por equipamentos de exploração e produção no mercado é a principal justificativa da estatal para a frustração. As importações de derivados retomaram a trajetória de alta desde 2006.

Somente neste ano a Petrobras já foi obrigada a rever sua meta duas vezes e seu diretor-financeiro, Almir Barbassa, já admitiu que ela não deverá atingir o centro da meta mais recente, de 1,95 milhão de barris por dia, na média anual. Na versão do plano estratégico 2020, atualizada no ano passado, a meta da estatal era de 2,05 milhões de barris, reduzida depois para 2 milhões e depois para 1,95 milhão com flexibilidade de 2,5% para cima ou para baixo. Barbassa disse que o mais provável é a média ficar cerca de 2,5% abaixo do centro, ou seja, em torno de 1,9 milhão de barris/dia.