Título: Bornhausen anuncia saída de Roseana do PFL
Autor: Henrique Gomes Batista
Fonte: Valor Econômico, 13/01/2005, Política, p. A5

A senadora Roseana Sarney (PFL-MA) vai integrar o governo como ministra e sairá de seu atual partido, o PFL. O anúncio- o primeiro oficialmente feito por autoridade envolvida no processo - foi do presidente do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), partido que é símbolo da oposição ao governo Lula. Até agora, apenas extra-oficialmente membros do governo confirmavam sondagens a Roseana. "A pasta que ela assumirá nem ela sabe", disse Bornhausen. A senadora só se desligará formalmente do PFL depois de ser nomeada ministra. "Ela deve sair, pois o partido já reforçou sua decisão de fazer uma forte oposição ao governo Lula e não há a possibilidade de afastamento temporário no estatuto do PFL", disse Bornhausen. Ele minimizou a saída da senadora: "O desligamento de Roseana não enfraquece o partido, pois ela já não estava votando com a oposição". Bornhausen acredita que mesmo que alguns deputados sigam a senadora não haverá problemas para o PFL, que possui a terceira maior bancada da Câmara. "Não estamos preocupados com números, estamos preocupados com compromissos com o partido", disse. Dos 61 deputados federais da sigla, três são maranhenses. Bornhausen não comentou a decisão da senadora e não fez especulações sobre seu futuro político. Outros senadores, contudo, já dão como certa a ida de Roseana para o PMDB, mesmo partido de seu pai, senador José Sarney (AP). O presidente do PFL falou também ontem sobre a estratégia do partido para levar adiante a candidatura de Cesar Maia, prefeito do Rio, à Presidência da República em 2006. Confirmou para hoje a primeira atividade do prefeito na tentativa de viabilizar sua candidatura. "Ele vai amanhã à tarde (hoje) a um encontro com os 40 maiores líderes do PFL em Santa Catarina e já deverá gravar programas de propaganda eleitoral no Estado". No dia 19 será a vez do lançamento da candidatura de Maia em Recife. Apesar dessa intensificação da oposição ao governo, Bornhausen foi evasivo sobre a sucessão na presidência da Câmara. "Não posso responder se apoiaremos o candidato natural, indicado pela maior bancada (PT)", disse. Logo em seguida, ele afirmou que considera legítima a existência de candidaturas avulsas e disse que seria "um prêmio" para a Câmara ser presidida pelo deputado pefelista José Carlos Aleluia (BA). O atual líder da bancada da sigla na Câmara lançou candidatura independente, sem o apoio formal do PFL.