Título: Bens intermediários puxam expansão da indústria
Autor: Grabois, Ana
Fonte: Valor Econômico, 08/01/2007, Brasil, p. A2

A produção industrial brasileira cresceu 0,8% em novembro na comparação com outubro, quando havia registrado alta de 1% em relação ao mês anterior, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de novembro ficou acima das expectativas do mercado. Alguns analistas chegaram a fazer projeções de retração. Em relação a outubro de 2005, o setor cresceu 4,2%.

"O quadro dos indicadores em novembro é positivo. É um crescimento moderado e discreto" , disse o coordenador de Indústria do IBGE, Silvio Sales.

De outubro para novembro, a expansão foi puxada pelas altas de 1,6% nos bens intermediários (insumos e matérias-primas) e de 2,2% nos bens de capital. Na avaliação de Sales, o desempenho dos bens intermediários, que têm um peso grande na estrutura industrial do país, de 57%, é um sinal de sustentação do crescimento nos próximos meses. "Isso pode abrir uma perspectiva de produção de bens finais mais à frente, em dezembro." Segundo ele, o crescimento dos bens de capital reforça a previsão otimista para a indústria em 2007 ao indicar uma alta de investimentos e, conseqüentemente, da atividade econômica.

Entre os 23 ramos abrangidos pela pesquisa, 14 apresentaram alta em outubro. O principal destaque foi o refino de petróleo e produção de álcool, cuja alta alcançou 4,1% após acumular perda de 9,5% nos quatro meses anteriores.

No ano, a indústria acumula alta de 3,1% e atinge 21 dos 23 ramos pesquisados. O maior destaque ficou por conta das máquinas para escritórios e equipamentos de informática, cujo crescimento chegou a 52,8%. Essa alta é explicada pela maior produção de computadores devido à política de aumentar o acesso à tecnologia digital pelo governo, combinada ao dólar mais baixo, favorecendo importações de componentes e à tendência de massificação do seu uso.