Título: Eleitores distintos
Autor: Tokarski, Marcelo
Fonte: Correio Braziliense, 14/10/2010, Cidades, p. 33

Weslian Roriz só supera Agnelo Queiroz entre os brasilienses com renda de até um salário mínimo, com baixa escolaridade ou acima de 60 anos

A pesquisa do Instituto CB Data realizada entre segunda-feira e ontem mostra uma clara divisão no perfil dos eleitorados de Agnelo Queiroz (PT) e Weslian Roriz (PSC). O petista lidera as intenções de voto em quase todas as faixas de renda, idade e escolaridade. Só perde para a adversária entre os eleitores mais velhos, menos instruídos e com menor renda. ¿O eleitor da Weslian é concentrado nas pessoas de menor grau de instrução e com renda mais baixa. Este é seu reduto mais forte, mas no restante da população Agnelo está em vantagem¿, explica o cientista político Adriano Cerqueira, coordenador da pesquisa.

Levando-se em consideração o grau de escolaridade, Agnelo lidera entre os eleitores que concluíram pelo menos a 4ª série. Entre aqueles que cursam da 5ª a 8ª séries, o petista soma 44% das intenções de voto, contra 42% de Weslian. A diferença aumenta entre os eleitores com ensino médio incompleto e completo: 54% a 31%. A maior vantagem de Agnelo está entre o eleitorado com ensino superior incompleto ou mais. Nesse recorte, o petista tem 61% da preferência, contra 20% da adversária. Weslian Roriz venceria apenas entre os eleitores com até a 4ª série completa. Nessa faixa, ela tem 50% das intenções de voto, contra 42% do rival.

Quando se olha para a faixa etária, a pesquisa CB Data mostra que Weslian só bateria Agnelo entre os eleitores com pelo menos 60 anos. Nesse recorte, ela soma 44% das intenções, contra 41% do adversário. O melhor desempenho do petista está entre os eleitores mais jovens. Na faixa etária de 16 a 24 anos, 55% dos entrevistados disseram votar em Agnelo, enquanto 35% apontaram a preferência por Weslian. De 25 a 34 anos, ele mantém os 55%, enquanto ela fica com apenas 30%.

Rendimento A divisão do eleitorado também se mostra nos dados referentes ao nível de renda dos eleitores. Mais uma vez, Weslian Roriz só supera o adversário entre os entrevistados com renda de até um salário mínimo (R$ 510). Nessa faixa, 48% dizem que votariam na mulher do ex-governador Joaquim Roriz, enquanto Agnelo teria apenas 37%.

Nas demais faixas de renda, o petista lidera. A menor diferença está entre quem ganha de um a dois salários (R$ 510 a R$ 1.100): 47% para Agnelo e 43% para Weslian. Nos demais recortes, o petista amplia a vantagem. Entre dois a cinco salários (R$ 1.100 a R$ 2.550), teria 52% dos votos, contra 34% da rival. Quando a renda fica entre cinco e 10 mínimos (R$ 2.550 e R$ 5.100), o petista mantém os 52%, mas Weslian cai para 24% ¿ aqui, cresce para 24% o total de nulos, brancos e indecisos.

A maior diferença é registrada entre os eleitores com renda superior a 10 salários mínimos (R$ 5.100): Agnelo teria 68% dos votos, enquanto Weslian receberia apenas 20%. ¿O candidato Agnelo perde entre os eleitores de menor renda e entre os menos escolarizados, mas também tem uma boa votação nesses segmentos, o que lhe garante essa vantagem confortável na totalização geral¿, afirma Adriano Cerqueira.

Religião Se perderia entre os eleitores mais velhos, com baixa escolaridade e com menor renda, Agnelo lidera em todas as diferentes opções religiosas. Entre os católicos, o petista tem 51% das intenções de voto, contra 36% de Weslian Roriz. A maioria dos evangélicos também apoia o petista: 51% a 33%. A maior vantagem de Agnelo está entre os entrevistados que se declararam espíritas: 78% a 13%.